A pombalense Noémie Freire concluiu o curso de especialização em submarinos, tornando-se a primeira mulher na Marinha Portuguesa com aquela especialidade, em 105 anos de história dos submarinos em Portugal. A primeiro-marinheiro irá prestar serviço a bordo do NRP Tridente.
Para a militar da Marinha, que concluiu o curso juntamente com outros seis militares, a primeira reacção é de “orgulho, por mais uma etapa alcançada”.
Noémie Freire, de 30 anos, fez toda a sua formação escolar em Pombal, tendo ingressado na Marinha Portuguesa em Janeiro de 2007 para realizar o curso de formação de praças na especialidade de operações.
Após a conclusão do curso e até 2017, ano em que foi admitida no curso de especialização em submarinos, para o qual se voluntariou, desempenhou funções a bordo dos NRP Corte Real e NRP Bartolomeu Dias e no Centro de Operações Marítimas do Comando Naval.
“Durante o curso de especialização em submarinos a primeiro-marinheiro Freire demonstrou ser uma militar motivada e interessada, realizando com aproveitamento todas as provas teóricas”, refere a Marinha, acrescentando que “as mais de 900 horas de navegação realizadas no curso permitiram verificar o seu entrosamento e adaptação às especificidades das rotinas a bordo de um submarino e a aplicação dos conceitos e técnicas aprendidas”.
De acordo com a Marinha, a militar está agora habilitada a operar equipamentos de guerra electrónica, recolha de imagens operacionais, operação do sistema de combate e a colaborar em acções de manutenção dos sistemas de armas”.
Noémie Freire decidiu concorrer ao curso de submarinista quando a Marinha abriu aquela formação a mulheres, pondo fim a uma exclusão centenária. A militar foi a única mulher admitida ao curso, depois de ter cumprido critérios de selecção rigorosos. Um feito que fez com que a primeiro-marinheiro fosse recebida, em Dezembro do ano passado, pelo então Chefe do Estado-Maior da Armada (hoje Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas), almirante António Silva Ribeiro, também natural de Pombal, que pretendeu inteirar-se das motivações que levaram aquela militar a concorrer ao curso de especialização em submarinos, tendo igualmente incentivado a empenhar-se com determinação no exigente curso, para que possa ser a primeira mulher a integrar a guarnição de um submarino português.
Notícia publicada na edição de 03 de Janeiro