A paisagem política e administrativa pombalense

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Um ano e dois meses após as últimas eleições autárquicas, o panorama da política e da administração local mudou, quer pela alteração dos agentes políticos a nível de Câmara e de Freguesias (por imposição do limite de mandatos e escrutínio do eleitorado), mas também pela reorganização administrativa do território (as agregações de freguesia). Abordarei apenas as mudanças políticas, não as suas execuções.

O PSD local continua na posse da maioria dos cargos públicos, embora com menos preponderância, o CDS com os seus independentes alcançou resultados históricos para este partido em Pombal, enquanto o PS aparece em baixa, com resultados que ficaram aquém do que lhe era esperado.

Mas o que mudou? Bem, agora vemos Assembleias de Freguesias cheias até altas horas da noite, não só porque o interesse das populações nas atividades correntes das Juntas aumentou, mas também porque existe debate, e as forças partidárias sempre na qualidade dos seus membros, abraçam e assumem o serviço publico. Em contrapartida, a Assembleia da maior Freguesia do Concelho é das que regista menor afluência. Como é normal, olho muito para a minha Freguesia, do Oeste, onde o PSD e o CDS local estão em constante debate, e muitas vezes as decisões acabam por ser fruto da sintonia ou divergência do conteúdo em debate, onde não mora a hipocrisia politica nem o interesse pessoal, e sim um debate sério e oportuno para a localidade e seus moradores. Assiste-se também a eventos onde as forças políticas se unem para o bem da causa maior, como se vê em Almagreira com a questão dos caulinos.

A nível camarário, vemos um acréscimo na assistência das reuniões de Câmara, enquanto o mesmo não acontece nas Assembleias Municipais.

Não podia deixar de abordar como parte interessada, as juventudes partidárias de Pombal. Noto uma diferença abismal. Existem cada vez mais jovens com participação ativa na sociedade pombalense e com presença na atividade politica dos partidos, provavelmente fruto do grande envolvimento dos jovens nas últimas eleições autárquicas.

Aos ainda menores de idade, compreendo que se deva cativar e estimular nestes uma politica cívica, deixando de lado a componente partidária no seu estado puro, até porque é difícil levar à letra os ideais de qualquer partido, e numa idade tão jovem é difícil ainda entender e submeter-se a um ideal e valor politico para uma vida, deixando isso a cargo das experiencias e aprendizagens que se vão tendo ao longo desta. A formação política deverá passar por ser uma formação cívica até porque acredito que são as pessoas que fazem os partidos e a política, não a politica e os partidos que devem fazer as pessoas, o que faz cada vez mais sentido, principalmente a nível local.

Em suma, a representatividade de vários partidos nas Assembleias de Freguesia e Municipal constitui uma mais-valia para Pombal, na medida que a divergência de opinião leva a consensos e previne excessos dos órgãos decisores políticos e administrativos, e isto, foi o que para mim Pombal ganhou neste ano e dois meses.

DANIEL GOMES DUARTE

Presidente da Juventude Popular de Pombal

daniel.g.duarte88@gmail.com