De há um ano para cá, o início de março passou a ser um período muito especial. Dia 7 fará um ano que abri a Psivalor, o que deu outro colorido ao (meu) Dia Internacional da Mulher, que se assinala a cada 8 de março.
Do nosso aniversário falaremos numa próxima, e reservo para esta semana uma pequena reflexão sobre o ser mulher. Ao longo dos últimos anos, tenho defendido de viva voz o papel e a força das mulheres no mundo atual. Para além de manterem o clássico estatuto de pilar da família, sobretudo a partir do momento em que surgem os filhos, as mulheres são agora (também) trabalhadoras, empreendedoras, gestoras, administradoras… Já não há vida dividida entre a casa, o supermercado e a escola! A atual vida do mulherio pode estender-se por vários contextos, chegando mesmo a distribuir-se pela casa, trabalho, ginásio, salão de estética e universidade. Para se ser mulher, já não basta saber cozinhar e conseguir manter a vida doméstica em ordem… ser mulher implica agora ser uma bela dona de casa (ou ter a capacidade de escolher uma fantástica mulher a dias), ser uma mãe exemplar (ainda que exausta), atrasar o envelhecimento físico e contrariar o natural aumento de peso,continuar as visitas regulares ao salão de estética e, quiçá, ser uma excelente gestora e administradora (muitas vezes de negócios próprios, outras vezes, de negócios do marido). E ser mulher implica conciliar tudo isto com um sorriso nos lábios e com inteira disponibilidade para a família, tal como nos velhos tempos! É por isso que ainda me custa a perceber o conceito de emancipação feminina… Ganhamos poder e possibilidade de participação na vida cívica, pudemos começar a votar e o trabalho fora de casa começou a ser cada vez mais aceite e necessário. Ganhos que se vieram somar ao papel já vigente… o que significa que deixamos de ter um emprego (cuidar da vida doméstica e familiar) e passamos a ter vários, dentro e fora de casa! De cada vez que se cumpre o horário de trabalho, começa imeditamente outra jornada laboral, que só termina quando a melatonina cumpre a sua missão. É desta capacidade de fintar o cansaço e o desgaste que brota a inacreditável resiliência feminina.
Nos tempos que correm, ser mulher é ser incrivelmente forte, supreendentemente enérgica e admiravelmente inteligente. As capacidades femininas já têm sido amplamente documentadas pela ciência, mas é preciso ainda olhar à volta para crer que, um dia, o mundo será das mulheres. E que incrível que ele será. Eu acredito!
Andreia Azevedo
Psicóloga/Psicoterapeuta
Diretora Clínica da(o) Psivalor