Agitação de ondas coloridas em noite política nas tasquinhas

0
2056

Foi um encontro tenso aquele que se viveu na noite desta sexta-feira, 22 de Setembro, na festa de final de Verão e início de Outono que se realiza há 24 anos consecutivos em Pombal: Feira Nacional de Artesanato e Tasquinhas. Este ano em ambiente de campanha eleitoral, protagonizada por duas ondas, oriundas de uma família desavinda: a laranja, que tenta por tudo manter as maiorias absolutas que tem tido nas duas últimas décadas, com o segundo mandato de Diogo Mateus e, a azul, que está a lutar para que o agora independente Narciso Mota – protagonize de tais maiorias desde 1993 – regresse à cadeira presidencial do município.

Os do movimento Pombal Humano, munidos de bandeiras e t-shirts com a imagem estilizada de Narciso Mota estampada jantavam na tasquinha de Vila Cã, freguesia onde não concorrem, mas apoiam a recandidatura da independente Ana Tenente que tem estado, nos últimos meses, debaixo de fogo e que, curiosamente jantava num outro “território”.

Os “laranjas”, acompanhados pelo presidente do partido, Pedro Passos Coelho, e a vice-presidente, Teresa Morais, optaram por jantar na tasquinha de Pombal, aquela que estava instalada na zona mais central da tenda gigante, que acolhe as várias tasquinhas de colectividades e associações das freguesias do concelho, incluindo, ainda, os “quiosques” dos rivais “SLB Tetracampeões 36” e “Núcleo Pombal SCP”.

À entrada da “onda laranja” no recinto, os “humanos” de t-shirt azul com a inscrição “Narciso Mota – Pombal Humano”, fez-se notar ao agitar bandeiras e entoando, com grande entusiasmo e até irreverência, gritos de apoio a Narciso Mota. Se “laranjas” e “azuis” já foram da mesma família política, agora andam desavindos e a disputar o mesmo objectivo para a noite de 1 de Outubro. Os do PSD ainda tentaram responder gritando por “PSD, PSD, PSD”, mas rapidamente se acalmaram, acatando os apelos feitos pelos assessores do partido, tendo ocupado as mesas previamente reservadas na tasquinha a cargo do Centro Recreativo e Folclórico da Charneca para jantar.

A tensão política já tinha sido notória antes. Junto à entrada principal do centro municipal de exposições o PSD estacionou o camião TIR de três rodados que ostenta cartazes gigantes da campanha eleitoral. Mas que acabou por ser retirado para um local mais lateral do mesmo parque de estacionamento. O lugar vago acabaria por ser ocupado com uma carrinha da campanha autárquica do Narciso Mota – Pombal Humano.

Pedro Passos Coelho chegou à Feira Nacional de Artesanato e Tasquinhas à hora marcada, enquanto ainda decorria a visita inaugural do certame com o presidente da Câmara, Diogo Mateus, a acompanhar a representante da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Isabel Damasceno. Depois de cumprir a missão de cumprimentar todos os expositores, Diogo Mateus despiu-se do cargo institucional e rapidamente foi ao encontro do líder seu partido, já na qualidade de candidato do PSD, e fez uma segunda visita aos cerca de 170 expositores. Isabel Damasceno, que chegou a presidir a Câmara de Leiria pelo PSD, também foi cumprimentar Pedro Passos Coelho, mas acabou por deixar o Expocentro.

No final da refeição, os “humanos” saíram em grupo da tenda das tasquinhas passando pelo recinto de exposição do artesanato, sem que o Comendador Narciso Mota (condecorado pelo então Presidente da República, Cavaco Silva) tivesse cumprido o seu desejo, que era ir cumprimentar pessoalmente Pedro Passos Coelho, que cerca de duas semanas antes tinha deixado um recado, na festa de rentrée do PSD Pombal: “nós não iremos com certeza dizer mal do que ele [Narciso Mota] fez em Pombal”, até porque “não está na nossa maneira de estar e de ser dizermos mal dos nossos quando eles fizeram bem connosco”.

Partilhar
Artigo anteriorFeira nacional mostra excelência do artesanato e tasquinhas
Próximo artigoCandidatos foram ao mercado a uma semana das eleições
Ingressou no jornalismo, em 1989, como colaborador no extinto “Pombal Oeste” que foi pioneiro na modernização tecnológica. Em 1992 foi convidado a integrar a redacção de “O Correio de Pombal”, onde permaneceu até 2001, quando suspendeu a profissão para ser Director de Comunicação e Marketing de um grupo empresarial de dimensão ibérica. Em 2005 regressou ao jornalismo, onde continua, até aos dias de hoje, a aprender. Ao longo destes (largos) anos de actividade, atestados pelo Carteira Profissional obtida em 1996, passou por vários jornais, uns de âmbito regional e outros nacional, onde se inclui o “Jornal de Notícias” e “Público”. Foi convidado a colaborar, de forma regular, com o “Pombal Jornal” onde se produz conteúdos das pessoas para as pessoas. Foi convidado a colaborar, de forma regular, com o “Pombal Jornal”, quinzenário com o qual deixou de colaborar no final de Maio de 2020.