“Escreva, senhor Ramiro” não é um documento histórico nem uma obra de ficção. O livro, da autoria do jornalista Alfredo Faustino, vai ser apresentado este sábado, dia 30, pelas 17h00, nos claustros dos Paços do Concelho, e traz à luz do dia um conjunto alargado de contributos para a história do Poder Local, em Pombal, nos últimos 50 anos.
O objectivo, explica o autor, é “desvendar o lado humano dos responsáveis, as suas virtudes e os seus defeitos, as suas qualidades e os seus pecadilhos”, o que conduz a “alguns episódios marcantes, vividos no decurso dos vários mandatos dos diferentes edis”.
Mas, afinal, quem é o “senhor Ramiro” que dá título à obra cujo prefácio foi assinado por Margarida Vasconcelos Cardoso? A explicação está logo na introdução e remete para a figura do secretário da Câmara Municipal, nos primeiros tempos da democracia, detentora de “um papel importante”. “As actas das reuniões reportavam tudo quanto ali se passava, com longos diálogos, politicamente ricos”, pelo que a função de secretário assumia, à época, “um papel importante”, explica Alfredo Faustino.
““Escreva, senhor Ramiro” talvez seja a frase mais vezes repetida nas reuniões camarárias, nos primeiros mandatos do regime democrático. A grande rivalidade político-ideológica entre os vereadores Manuel Pimentel (PS) e Virgílio Martinho (CDS) dava origem a debates constantes entre ambos, que o secretário se via obrigado a registar para posterior elaboração da respectiva acta”, lê-se no livro. “Aos argumentos de um, ripostava o outro, dirigindo-se ao secretário: ‘Escreva, senhor Ramiro…’, a que se seguia um longo argumentário, contestando a posição assumida pelo seu interlocutor”, continua o autor sobre a justificação do título.
*Notícia completa na edição impressa de 21 de Julho