André Oliveira faleceu hoje no hospital de Pombal

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André Oliveira, que desde os 24 anos de idade estava a lutar contra um cancro na mama, faleceu esta sexta-feira, 21 de Agosto, no Hospital Distrital de Pombal. O rapaz vinha a realizar tratamentos na Alemanha, após uma onda de solidariedade que originou a realização de um vasto número de eventos com o objectivo de angariar os fundos financeiros necessários.

Em 2009, aos 24 anos de idade, foi-lhe diagnosticado um cancro na mama e depois de todos os tratamentos e cirurgias, em 2013 teve uma reincidência nos ossos e pulmões. Sem mais hipóteses de lutar contra a doença em Portugal, o jovem deslocou-se no final do ano passado a Frankfurt, onde realizou várias sessões de quimioembolização.

Em Abril de 2014 contou ao POMBAL JORNAL a origem da sua doença oncológica: “já tinha descoberto o caroço e os médicos aqui não ligaram, por ser homem e por causa da minha idade”, contou, adiantando que foi encaminhado para o Instituto Português de Oncologia (IPO) após a realização da biópsia. Em Janeiro de 2010 fez quimioterapia e a remoção total. “Fiz 30 ciclos de radioterapia e pensava que tinha ficado tudo resolvido”, contava o André. Contudo, em Janeiro de 2013, já com 29 anos, soube que não: “descobri que a doença tinha voltado outra vez. Passou para os ossos”. Mais tratamentos, desta vez sem resultados animadores. André decidiu ir a uma consulta na Fundação Champalimaud, em Lisboa. “Lá só me disseram que o que tinha a fazer era um tratamento hormonal, para tentar estabilizar. Comecei a fazê-lo e passado algum tempo, nas análises via-se que os marcadores tumorais começavam a subir. Aqui em Portugal não me davam nenhuma solução e eu tive que procurar”.
Decidiu então recorrer aos novos tratamentos com células dendítricas, na Alemanha, e a onda de solidariedade teve início entre Setembro e Outubro de 2013, quando amigos e familiares decidiram contornar o facto de não existir qualquer comparticipação do Estado para apoiar o André na sua luta pela vida. Uma despesa avultada paga com os fundos que as diversas iniciativas de solidariedade iam gerando. A sua história clínica emocionou, não só a freguesia da Redinha, de onde era natural, mas toda a região e até o país.

Esta manhã deu entrada no Hospital Distrital de Pombal em situação crítica, tendo vindo a falecer ao início da tarde.

ORLANDO CARDOSO (texto)