O inquérito a alegadas irregularidades na gestão da Sociedade Filarmónica Ansianense de Santa Cecília, em Ansião, foi arquivado pelo Ministério Público, avançou à agência Lusa a colectividade.
“Na sequência de uma denúncia anónima, apresentada por um grupo de cidadãos preocupados com a gestão da Sociedade Filarmónica Ansianense de Santa Cecília, levantando a suspeita quanto à existência de irregularidades fiscais por parte da associação e dos seus dirigentes, foram, pelo Ministério Público, investigadas as contas desta coletividade, tendo-se concluído pela inexistência de quaisquer anormalidades ou falhas na contabilidade” desta, lê-se na informação enviada pela Filarmónica.
A mesma informação destaca que “o processo foi, assim, arquivado”.
Em Dezembro de 2017, a Lusa noticiou que o Ministério Público estava a investigar alegadas irregularidades na gestão daquela filarmónica, tendo a presidente desta, Sandra Carvalho, negado na ocasião as acusações.
Na denúncia enviada à Lusa, os cidadãos, que preferiram o anonimato, suspeitavam que “a actual gestão da Filarmónica criou um saco azul, através do qual faz pagamentos e cobranças à margem da lei, que não declara para efeitos fiscais”.
A queixa referia, ainda, que “não são emitidos recibos das quantias pagas pelos pais dos alunos da escola de música”, assim como “não emitem recibos pelos serviços prestados às Comissões de Festas”.
“No dia 23 de Junho, a Filarmónica fez um espectáculo de angariação de fundos a favor das vítimas de Pedrógão Grande. No final, a presidente da direcção, Sandra Carvalho, informou todos os presentes que tinham sido angariados cinco mil euros. Passados seis meses, ninguém sabe para onde foram os fundos angariados”, adiantava o documento.
Na nota hoje remetida à Lusa, a direcção da Filarmónica salienta que “aguardou com serenidade os desenvolvimentos do processo, prestando toda a colaboração às autoridades e toda a informação aos sócios, músicos, maestros, professores e amigos da colectividade”.
“Foi um episódio lamentável e repudiável, que evidenciou claramente o perfil dos protagonistas anónimos, que têm a usual estratégia de destruir, os habituais fazedores de opiniões, totalmente desconhecedores da realidade da colectividade, todos eles com a oportunidade de esclarecerem as possíveis dúvidas sobre a gestão” da instituição “nos sítios adequados para o efeito, tais como em reuniões da assembleia-geral”, acrescenta.
Mas, “em vez disso, preferiram lançar a dúvida, lançar a tentativa de instabilidade”, lê-se na nota, considerando que “esta denúncia, desprovida de qualquer veracidade, acabou por reforçar os laços dos que se unem pela Filarmónica de Ansião, dos que conhecem a sua realidade e a sua envolvência”.
A nota realça, igualmente, “a clareza e transparência que os dirigentes” da Filarmónica Ansianense de Santa Cecília “mantiveram ao longo dos últimos meses, respondendo com tranquilidade, com trabalho, várias iniciativas com todas as suas valências, convictos da sua honestidade e do seu empenho na dedicação que entregam em prol da música e desta associação”.