Bioblitz vai fazer “levantamento biológico” das zonas húmidas da Mata do Urso

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Fazer “um levantamento biológico” para tentar “registar o número máximo de espécies” é o objectivo de um bioblitz que acontece no fim-de-semana de 7 a 9 de Outubro, nas três lagoas da Mata do Urso, na freguesia do Carriço. A actividade está aberta a estudantes e população em geral, cuja inscrição pode ser feita até 5 de Outubro para o email couto_santos@live.com ou 969 228 477.

“O objectivo prioritário deste projecto é implementar um plano de restauro de ecossistemas, em ambiente terrestre e marinho”, explica Luís Couto, um dos promotores desta iniciativa e membro do Grupo de Cidadãos Eleitores Oeste Independentes, o qual apoia esta actividade juntamente com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Esse plano de acção “não deve limitar-se a medidas e metas, pretende sim estimular o desenvolvimento de propostas que visam facilitar a implementação através de um maior conhecimento científico e popular do local”, adiantou.

Nesse sentido, o projecto “pretende integrar a biodiversidade como variável central do processo de decisão política e económica e estimular mecanismos que fomentem o envolvimento de actores sociais e económicos no financiamento e implementação das metas delineadas para a conservação das Lagoas da Mata do Urso”, refere numa nota de imprensa.

A iniciativa visa ainda a realização de actividades com a comunidade científica e local para “reconhecimento de habitats, espécies, habitats e tradições, nomeadamente através da colecção de fotografias antigas e outros objectos da memória passada”.

A “captação de um arquivo oral de descrições e memórias do local”, bem como a realização de “actividades de gestão activa da conservação da natureza e da biodiversidade” são outros dos objectivos “identificados como plataforma de colaboração inicial”.

As três lagoas da Mata do Urso na freguesia do Carriço (Lagoa dos Linhos, Lagoa de São José e Lagoa das Correntes) são “uma área de interesse para conservação”, que “deve ser estudada e preservada”, tal como defendem as diferentes agendas de âmbito internacional, europeu e nacional, destacou Luís Couto.

Assim, esta abordagem é “relevante para a salvaguarda da biodiversidade e a mitigação dos impactos das alterações climáticas, integrando uma rede estrategicamente planeada de zonas naturais e seminaturais, concebida para prestar uma ampla gama de serviços ecológicos”.

De referir que o bioblitz está integrado num programa de residências científicas sob a coordenação científica da bióloga Ana Marta Costa e do ecólogo Jael Palhas, sendo idealizadas pelo arquitecto paisagista Ricardo Camacho e por um grupo de cidadãos locais representados por Luís Couto e pela investigadora Gabriela Marques.

A coordenação local estará a cargo de Gabriela Marques, que residente nesta freguesia e cuja tese de mestrado incide sobre a Mata do Urso, local para o qual, ao longo dos vários anos, tem vindo a chamar a atenção devido ao seu valor ecológico.

“É muito gratificante a abertura de instituições como o ICNF e a vinda de investigadores em regime voluntário, de modo a valorizar um património ecológico ímpar da nossa região, que inclui espécies raras e ameaçadas”, concluiu Luís Couto.