A construção do CIMU-Sicó – Centro de Interpretação e Museu da Serra de Sicó, projectado para a aldeia de Poios, na freguesia da Redinha, volta a estar em concurso público, com um valor base superior a 2,1 milhões de euros. O novo concurso surge depois de a anterior empreitada ter sido suspensa e revogada, bem como feitas alterações ao respectivo projecto.
Edificado no sopé da Serra de Sicó, o complexo “será um equipamento polivalente, que reunirá diversas valências e apoiará diversas actividades no sentido de concretizar a nível local alguns objectivos da Estratégia Nacional do Desenvolvimento Sustentável e da Estratégia Nacional para a Conservação da Natureza e da Biodiversidade”, refere a memória descritiva do projecto, acrescentando que “é do interesse de todos divulgar o património histórico-cultural da Serra de Sicó e promover um espaço que apoie a realização de projectos e actividades de educação ambiental e de desportos de natureza, bem como promover os valores naturais associados ao Sítio Sicó-Alvaiázere como factores endógenos de desenvolvimento e de valorização regional e local.”
De acordo com o mesmo documento, o projecto apresenta-se como uma “estrutura onde sobressaem três volumes circulares, forma associada à natureza e aos antigos ‘depósitos de água’ que tantas vezes pontuaram a nossa paisagem”, sendo “grande parte da estrutura ‘camuflada’ pela reposição da forma original do terreno.”
De acordo com Pedro Murtinho, vice-presidente da autarquia, o novo concurso tem por base o projecto anterior, “com a inclusão de algumas alterações, fruto da nova programação e conteúdos previstos para o espaço, nomeadamente: alteração da localização do espaço de restauração, incluindo esplanada exterior; alteração do espaço museológico, assim como a criação de novos espaços expositivos; alteração do auditório para sala expositiva com maqueta tridimensional dinâmica; criação de acesso independente ao espaço das camaratas pelo exterior; melhorada a modelação da envolvente exterior do edifício, assim como a reorganização da zona de estacionamento.” Foi ainda alterada “toda a rede de AVAC e alterada ainda toda a rede eléctrica para adaptação aos novos conceitos expositivos”, adianta.
A aprovação da abertura de novo procedimento concursal para a referida empreitada ocorreu na última reunião do executivo e contou com os votos contra dos vereadores Michael Mota António (NMPH) e Odete Alves (PS).
A autarca socialista realça o facto de a obra ter estado suspensa durante três anos e de agora ser apresentadas “alterações pontuais ao projecto, na componente expositiva, de alojamento e de restauração, transformando o piso superior em ‘bike-hotel’, com estação de lavagem de bicicletas e restaurante com esplanada”. “No piso térreo fica o espaço de museu, auditórios, cozinha e pouco mais”, acrescenta.
Entre outros aspectos, Odete Alves critica a falta de elevadores para facilitar o acesso a pessoas com mobilidade reduzida, bem como o sub-dimensionamento dos espaços de auditório.
Para a autarca socialista, “continua a haver uma grande confusão na definição do que se pretende. O que é que afinal se pretende afirmar para aquele espaço? Tantos anos de espera, exigiam maior criatividade, arrojo, visão e foco. É inaceitável que os custos da hesitação e da inércia desta governação sejam suportados com o dinheiro dos nossos impostos.”
Na mesma reunião camarária, o executivo aprovou, com abstenção da vereadora socialista, revogar o contrato de empreitada anterior. Odete Alves absteve-se, também, quanto à proposta para aquisição de maquete interactiva para o CIMU-Sicó, com o valor estimado de 216.400 mil euros.
A intenção é adquirir “a concepção, fornecimento, montagem, instalação e operacionalização de maquete interactiva do Maciço de Sicó e Concelho de Pombal, respectivo sistema de projecção e software para o Centro Interpretativo Explore Sicó.”
Revogação de empreitada custa 25 mil euros ao município
Cerca de três anos depois de ter suspendido os trabalhos de construção do “CIMU Sicó”, a Câmara de Pombal chegou agora a acordo com a empresa Soteol – Sociedade de Terraplanagens do Oeste, Lda., a quem foi adjudicada a obra, em Setembro de 2014, por 2 milhões e 139 mil euros.
A revogação do contrato de empreitada resulta depois de as duas entidades reconhecerem, por mútuo acordo, que “não estão reunidas condições para o cumprimento do contrato.” No âmbito do acordo, o município ressarcirá a empreiteira no valor de 25 mil euros.
De referir que os trabalhos já executados no âmbito da empreitada totalizam pouco mais de 540 mil euros, que já foram facturados e pagos pelo município.