Ao que parece, a Farmácia Barros vai mudar de local. Da zona histórica da cidade de Pombal, pretende transferir os seus serviços para a Avenida Heróis do Ultramar, junto à chamada Rotunda dos Bombeiros.
O assunto foi levado à reunião de câmara, pois carecia de um parecer vinculativo por parte do executivo e dividiu os vereadores. Acabou por ser aprovado um parecer favorável à deslocalização com os cinco votos a favor dos vereadores sem pelouros. Algo que levou o presidente de câmara a referir que “é mais um prego para o caixão” e que sentia prazer “em ter sido derrotado nesta proposta pois não vão faltar argumentos daqui para a frente, de outros empresários, sobre a deserção de investimentos naquela zona”. “Compete aos municípios investir. Não pode culpar os privados”, respondeu o vereador Michael da Mota António.
A argumentação a favor da deslocalização defende que a farmácia situa-se numa zona envelhecida, com menor afluência populacional e onde o estacionamento escasseia, sendo que a nova localização vai facilitar o acesso a medicamentos a uma zona da cidade onde não existem estabelecimentos similares, tem melhores acessos e é próximo de uma paragem da rede Pombus. Contudo, a Câmara lembra que a zona histórica foi alvo de uma requalificação recente, que vários serviços foram ali concentrados para promover a afluência populacional, que existem dois parques subterrâneos nas proximidades e que, por via de acolher uma população mais idosa, a mudança é susceptível de colocar em causa a salvaguarda da comunidade.
Diogo Mateus entende que “é uma matéria complexa” e não questiona que a proposta não seja a melhor para o negócio, “questiono é se será o melhor para o interesse público”. O edil diz que seria necessária mais informação para se tomar uma decisão mais fundamentada. Do lado de quem defendeu a transferência de local os argumentos são bastante idênticos. Ana Gonçalves pronunciou-se favoravelmente pois entende os argumentos dos proprietários e afirmou que existem outras farmácias perto da Barros. Também Odete Alves usou este último argumento e lembrou a dificuldade em estacionar naquela zona, além de que “não me parece vantajoso cortar as pernas aos empresários”. Pedro Brilhante tem o mesmo entendimento e diz que a nova localização trará mais equilíbrio à distribuição de farmácias na cidade. Michael da Mota António é da opinião de que “não é obrigando as pessoas a ir à zona histórica que a vamos dinamizar” e Narciso Mota afirma que a Câmara não deve colocar entraves aos empresários.
*Notícia publicada na edição impressa de 6 de Agosto