Protesto | Autarca garante que a decisão, contestada pela oposição, manter-se-á até que a posição do banco seja revertida
O presidente da Câmara de Pombal, Diogo Mateus, anunciou, ontem, que o município “deixará de trabalhar com a Caixa Geral de Depósitos” (CGD) até que a instituição reverta o anunciado encerramento do balcão na vila do Louriçal. A decisão foi subscrita pelos vereadores da maioria social-democrata, mas criticada pelos eleitos pelo movimento independente Narciso Mota Pombal Humano (NMPH) e Partido Socialista (PS).
Diogo Mateus, que falava no início da habitual reunião do executivo, lamentou que a instituição bancária não tenha “em alguma circunstância” informado ou ouvido a Câmara Municipal ou a Junta de Freguesia sobre o encerramento do respectivo balcão previsto para o final do mês. No seu entender, trata-se de “um banco totalmente público”, pelo que não vê qualquer outra razão, “a não ser a economicista”.
Segundo o autarca, o município “apresenta um saldo médio, nos últimos dois anos, de mais de sete milhões de euros”, pelo que “a partir de amanhã [hoje] deixará de trabalhar com a Caixa até ser revertida a situação”, adiantando que “ficarão apenas as operações estritamente legais”, sendo efectuadas “transferências de saldos para outras contas” tuteladas pelo município em outras instituições bancárias. “Vamos retribuir a Caixa Geral de Depósitos esta desconsideração para com o povo do concelho de Pombal”, disse, referindo que “se todos os municípios portugueses tivessem posições como estas, as entidades davam outra importância”.
A decisão do executivo PSD foi criticada por Narciso Mota, que presidiu à autarquia durante 20 anos. O actual vereador da oposição (NMPH) declarou-se solidário com a população da freguesia do Louriçal, mas discordou da “posição radical”, defendendo a solicitação de esclarecimentos à administração da Caixa.Uma consideração corroborada pelo seu companheiro de bancada, Michael Mota António.
Solidarizando-se com a população do Louriçal, também Odete Alves, vereadora do PS, disse crer que a decisão da instituição bancária “não terá sido leviana, mas sim ponderada” e que, com toda a certeza, pretende fazer um ajustamento às realidades actuais. “Não será conveniente, de todo, que o município tome posições populistas e até, de certo modo, precipitadas”, frisou. |