A Câmara Municipal de Pombal reconhece a existência de algumas anomalias na rede pública de fornecimento de água, em algumas zonas da cidade, “mas não estamos perante um problema grave de qualidade da água”. O esclarecimento foi prestado na última reunião do executivo pelo Chefe de Divisão de Águas e Saneamento, Joaquim Costa.
O dirigente reconheceu que desde meados de Julho, “houve um avolumar” de reclamações, dando conta de alguns problemas verificados na rede de fornecimento de água. Mas, mesmo assim, “entre 15 a 25 reclamações”, no seu entender não é motivo para “criar um alarme público”.
Segundo Joaquim Costa, os casos identificados terão origem na “fase de transição” da água fornecida, que fez com que “algum calcário” existente nas tubagens, sobretudo nas mais antigas, fosse arrastado, fazendo com que a água saia turva nas torneiras dos consumidores. Com o agravante de muitos dos edifícios das zonas mais afectadas terem mais de 30 anos e com canalizações em ferro galvanizado com calcário acumulado ao longo dos anos.
“Não há qualquer problema de qualidade para além da turvação”, garantiu o Chefe de Divisão, adiantando que todas as situações foram verificadas com os respectivos reclamantes, estando a ser regularizadas mediante as medidas tomadas. “O problema não está na origem porque não qualquer episódio de turvação nas captações”, frisa.
O esclarecimento de Joaquim Costa surge depois de o movimento independente Narciso Mota Pombal Humano (NMPH) ter emitido um comunicado no qual manifestava a sua preocupação pelo estado da água.
Uma preocupação que reforçava a denúncia que o vereador Michael Mota António já tinha feito nas últimas reuniões do executivo, reportando várias queixas apresentadas por munícipes.
“Tratando-se de água para consumo humano e um bem vital, esta é uma preocupação à qual ninguém pode ficar indiferente, uma vez que o aspecto turvo e ‘acastanhado’ da água que corre nas torneiras, para além das eventuais questões técnico-sanitárias, implica por parte dos consumidores gastos acrescidos de água (na esperança que a sua tonalidade normalize) que se reflectem, não só na factura mensal, como no plano ambiental e de poupança de água”, refere.
No mesmo comunicado, o NMPH afirma que “perante a ausência de respostas concretas e a, já habitual, indefinição do executivo da maioria”, os seus vereadores eleitos – Narciso Mota, Michael da Mota António e Anabela Neves – “receiam que tal signifique que o problema não tenha sido a seu tempo identificado e solucionado”.
Daí que, “pela importância que esta matéria representa no dia-a-dia das famílias, pelas questões ambientais inerentes”, o movimento NMPH garante que “continuará junto do executivo liderado por Diogo Mateus a exigir uma permanente vigilância e monitorização da água da rede pública no nosso concelho.”
Na última reunião, onde Michael da Mota António não esteve presente, Narciso Mota minimizou a situação e revelou a sua surpresa pela emissão do referido comunicado, enviado à imprensa pelo movimento independente que encabeçou nas últimas autárquicas.