Em 2023, e à data com 15 anos, Tomás Ponte cumpria o sonho de participar numa competição mundial. Se isso não bastasse, ainda trouxe para Vermoil, onde reside, a medalha de vice-campeão na categoria Duo Júnior, partilhada com Adriana Ferreira, com quem fez dupla.
Cerca de um ano volvido e Tomás Ponte regressa ao Complexo Desportivo Municipal de Óbidos, nos dias 25 e 26 de Outubro, para disputar a World Championships – Hip Hop Unite, na categoria Duo Júnior, sempre com as insígnias da Urban Dance Fusion, a escola de Leiria onde dança há cerca de cinco anos. Em competição estavam 23 duetos de 16 países.
Desta vez, o aluno do 2º ano do Curso Profissional de Técnico de Desporto colocou a cereja no topo do bolo, ao sagrar-se campeão do mundo, mais uma vez em dupla com Adriana Ferreira.
Os treinos para a competição começaram em Setembro, por não ter sido possível mais cedo, o que obrigou os dançarinos a aumentar e intensificar as horas de treino.
Apesar da inevitável pressão sentida antes do evento, Tomás Ponte reconhece que se sentia mais bem preparado do que em 2023. “Este ano estava mais confiante e mais à-vontade com a coreografia”, conta.
Apesar da convicção do trabalho realizado nas semanas que antecederam o evento, “antes de entrar em palco sinto sempre algum nervosismo”. Um estado de espírito que desaparece “quando ponho o primeiro pé em palco, porque me liberto. É o meu mundo e não o faço por obrigação”.
Depois de saberem que os Países Baixos tinham ficado em segundo lugar (os mais fortes concorrentes), a dupla da Urban Dance Fusion percebeu, de imediato, que o primeiro lugar lhes pertencia.
A partir desse momento, “não conseguia tirar o sorriso da cara”, conta Tomás Ponte, que tinha na plateia, a aplaudi-lo, aqueles que mais o têm apoiado e motivado neste trajecto: os pais, o irmão e a namorada, mas também elementos da escola.
Ao misto de emoções da vitória juntou-se um sabor agridoce: este foi o último evento em que competiu com Adriana Ferreira, que no próximo ano ingressa no ensino superior e deixa a escola de dança.
Concretizado este sonho, Tomás Ponte recusa-se a deixar a ambição de lado. No horizonte tem agora os Jogos Olímpicos, mas na modalidade de breaking, que já pratica actualmente.
Tomás Ponte ainda não sabe o que o futuro lhe reserva, mas no meio das incertezas, há uma convicção inabalável: “para mim, a dança é vida” e, ciente disso, tudo fará para que a carreira profissional venha a passar por aí.
Em casa, o apoio é incondicional, desde os pais, Paulo Sérgio e Anabela Rodrigues, ao irmão. “Dou graças a Deus por ter uns pais como os meus, que nunca me impediram de fazer o que gosto”, afirma.
Vídeos no youtube deram empurrão
Tomás Ponte descobriu cedo o gosto pela cedo, talvez influenciado pela música que ouvia no youtube, onde a música e a dança andavam de mãos dadas. Nas sonoridades, tem preferências pelo jazz, hip hop, rap e blues, mas inspira-se sobretudo nos Jungle, uma banda inglesa “com dançarinos muito bons”.
Na Urban Dance Fusion, o jovem de Vermoil tem como professores Alexandra Almeida e João Santos, mas nos preparativos para o mundial, a dupla vencedora contou com os ensinamentos de Dinis Pedrosa e Yoan Pereira (conhecidos por serem o rosto dos DJ Bagunçada), que voltaram a conquistar o primeiro lugar na mesma competição, na categoria Duo Adult.