CARTAS POMBALINAS | Pombal, cidade em desenvolvimento

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2007

Pombal é cidade há 27 anos.

Lembro-me bem das paixões suscitadas em torno da elevação da vila à categoria da cidade.
Se, na altura, para uma esmagadora maioria de pombalenses, a ideia de ser uma vila grande fazia mais sentido do que ser uma cidade pequena, é indiscutível que o crescimento verificado em Pombal ao longo das últimas décadas se coaduna perfeitamente (e cada vez mais) com o estatuto de cidade.
Numa era em que todos ambicionam a promoção do bem-estar e a qualidade de vida dos seus residentes, fixar pessoas e atrair investimento, é cada vez mais relevante a forma como nos colocamos numa lógica de competitividade territorial.
Recordando esta evolução no tempo, importa começar pela génese desta iniciativa, pelo que, temos que deixar uma justa palavra de reconhecimento e até de agradecimento à ex-deputada Ercília Ribeiro da Silva. Uma cidadã discreta que se afastou da vida política nos idos de 1994 e que tem vindo a realizar um interessante trabalho de voluntariado na Universidade Sénior de Pombal, no domínio das artes onde desenvolveu a sua paixão. Foi pelo seu cunho que deu entrada na Assembleia da Republica o Projeto de lei 626/V que viria a ser aprovado em 20 de junho de 1991, entrando em vigor a 16 de agosto do mesmo ano.
O que se torna curioso é verificar os pressupostos que na altura justificaram esta iniciativa legislativa e perceber que, volvidos todos estes anos, muita coisa mudou.
Falando de edifícios escolares, realça-se o investimento em novas escolas (exemplo a Gualdim Pais ou as novas instalações da ETAP) ou na reabilitação de escolas existentes (exemplo a Escola Secundária ou o novo Pólo Escolar).
Na cultura, somos imediatamente remetidos para a nova Biblioteca (que funcionava no rés-do-chão da Câmara), a reabilitação total do Teatro-Cine, o novo Arquivo, a reabilitação do Castelo, os novos museus, entre outros investimentos, nomeadamente, na recuperação do nosso património histórico-cultural.
Se formos para a área da saúde, temos que fazer menção à renovação integral do Centro de Saúde e os investimentos verificados no nosso Hospital.
Na componente desportiva, a evolução é significativa com os investimentos verificados na zona desportiva, os relvados sintéticos, a piscina coberta, a pista de atletismo, os novos campos de ténis e paddel, entre tantos outros novos equipamentos desportivos.
Se ainda associarmos as obras de regeneração urbana em toda a zona histórica, a reabilitação do mercado municipal, a requalificação na zona do Barco até à nova rotunda do alto do cabaço (que era uma ambição de décadas e que concede maior dignidade à entrada na nossa cidade), aliando ao corredor ribeirinho e as novas Urbanizações que foram crescendo e estendendo a malha urbana, o novo quartel dos bombeiros (que se situava em frente ao Hospital), a lotação do Parque Industrial Manuel da Mota e tantas outras intervenções promovidas no nosso território, nomeadamente no âmbito da iniciativa privada, rapidamente constatamos que são muitas e significativas as melhorias verificadas… mas que não podem nem devem ficar por aqui.
Num momento em que nos aproximamos a passos largos dos 30 anos, a cidade tem que ser cada vez mais um território amigo da criatividade e da inovação, focada na promoção do emprego e no apoio ao desenvolvimento de novas ideias, assim como, proporcionando cada vez mais conforto e qualidade de vida aos seus residentes, onde a proliferação de espaços verdes e de lazer deve assumir prioridade estratégica.
Creio que a aposta na valorização das aldeias e lugares da nossa freguesia e nas suas instituições, assume também aqui um papel muito importante porque estimula uma interação muito positiva entre meio rural e urbano, num cruzamento de laços seculares e intercâmbios económicos, sociais e culturais que fortalecem a nossa comunidade.
Como falamos em permanente desenvolvimento, na passada quinta-feira, no decurso de uma tertúlia muito interessante subordinada ao tema “Pombal em Desenvolvimento: Mobilidade, Regeneração, Políticas Urbanas”, foi anunciado que, no âmbito do PEDU – Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano está a ser preparado um masterplan pelo Município de Pombal que será apresentado a curto prazo, pelo que, todos temos muita curiosidade em verificar as soluções propostas num conjunto de investimentos que ascendem aos 7 milhões de euros, com financiamento comunitário e que contempla intervenções no Jardim do Cardal, na zona da Várzea, Laranjeiras, assim como, uma nova ciclovia e um novo terminal rodo-ferroviário em Pombal, entre outras novidades,
Por ora, importa aprofundarmos cada vez mais esta nossa reflexão coletiva, salientando os pontos positivos e melhorando os negativos, na certeza que os recursos são escassos mas que existe um enorme potencial em Pombal que reside na capacidade de nos superamos enquanto comunidade e fazermos acontecer coisas verdadeiramente incríveis.
Para terminar partilho um dado curioso: Em 1991, estavam recenseadas na freguesia de Pombal 10.649 eleitores. Volvidos estes 27 anos, estão recenseados, em 2018, na freguesia de Pombal 15.698 eleitores.

Um forte abraço amigo,
Pedro Pimpão
pedropimpao@gmail.com

Pombal, 23 de agosto de 2018

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Pedro Pimpão é natural de Pombal, tem 36 anos, é casado e tem dois filhos. É advogado de profissão e actualmente desempenha as funções de deputado à Assembleia da República, tendo sido eleito pelo círculo eleitoral de Leiria. É Presidente da Assembleia de Freguesia de Pombal, membro da Assembleia Municipal de Pombal e membro da Assembleia Intermunicipal da Região de Leiria. É licenciado em Direito pela Universidade Coimbra, contando com Pós-Graduações em Direito Administrativo, Gestão Autárquica, Direito dos Contratos Públicos e Direito Municipal Comparado Lusófono. É Mestrando em Ciência Política pelo ISCSP – Universidade de Lisboa.