Os trabalhadores dos CTT afectos ao Centro de Distribuição Postal (CDP) de Figueiró dos Vinhos (onde também se incluem Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Pampilhosa da Serra) vão estar em greve nos dias 18, 19 e 20 deste mês. Esta é a primeira vez que os carteiros daquele CDP fazem uma paralisação.
O anúncio foi feito por Dina Serrenho, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT), e por Nuno Gonçalves, funcionário da empresa e representante da União de Sindicatos e Leiria.
A falta de condições de trabalho e a escassez de recursos humanos são as principais motivações desta luta, que inclui uma concentração, entre as 09h00 e as 11h00, junto à Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos. Uma acção à qual os dirigentes sindicais gostariam que os autarcas e população se juntassem para dar força ao protesto.
Dina Serrenho diz que a escassez de pessoal nos CTT tem-se reflectido na qualidade do serviço prestado, com atrasos constantes nas entregas. Só na zona do CDP de Figueiró dos Vinhos, “nos últimos quatro/cinco anos perdemos seis trabalhadores“, reduzindo a equipa para cerca de metade, denuncia aquela responsável, que apela à integração urgente de mais carteiros. Uma situação que, naquele CDP, “penaliza fortemente” a população idosa, sobretudo a que vive em zonas isoladas e de difícil acesso.
A preocupação são as cartas das reformas, dos hospitais e dos pagamentos, cujos atrasos causam grandes transtornos nesta faixa da população, pelo que Dina Serrenho e Nuno Gonçalves apelam aos cidadãos para que denunciem as situações às autarquias e no Livro de Reclamações.
Por outro lado, acrescentam, o aumento do serviço Expresso (prioritário) não foi acompanhado da admissão de mais trabalhadores, o que veio agravar ainda mais os atrasos na entrega de correspondência normal.
“Esta greve é um grito de desespero”, afirma Dina Serrenho, clarificando que mesmo perdendo dinheiro com a greve “vamos para a rua”. A dirigente sindical lamenta que as falhas sejam apontadas sempre aos carteiros, actualmente muito pressionados pelas queixas da população, quando cabe à empresa CTT, com quem o Estado tem um contrato, assegurar a qualidade do serviço postal.
“Esta greve é uma forma de mostrar a nossa preocupação com a falta de qualidade do serviço, porque queremos trabalhar bem”, numa altura em que os carteiros correm “graves riscos quando vão para a rua, devido ao stress”, remata Dina Serrenho.