“Se estamos hoje aqui reunidos – militantes, alguns simpatizantes e não só – é porque nos preocupamos com o nosso território e acreditamos que é possível fazer alguma coisa para o mudar para melhor, senão não estaríamos aqui”. As palavras são de Telmo Lopes, na recta final do encontro autárquico regional do CDS-PP, realizado sábado passado (9), à tarde, no salão da capela dos Vicentes.
O presidente da concelhia de Pombal foi o último dos oradores a usar da palavra, integrando um painel que contou com as intervenções de Liliana Silva, presidente da mesa da Assembleia Concelhia, a quem coube fazer as honras de aberturas e de encerramento; de Carlos Ardisson, que lidera o executivo na Junta de Freguesia do Parque das Nações; de Fernando Barbosa, coordenador autárquico nacional; e de João Almeida, deputado na Assembleia da República.
A menos de um ano das próximas eleições autárquicas, este foi inevitavelmente o tema mobilizador da iniciativa, com enfoque no território de Pombal, pela voz de Telmo Lopes, a cumprir o segundo mandato como presidente da estrutura centrista em Pombal. Sem nunca assumir a corrida à Câmara Municipal, o líder do CDS-PP fez um discurso onde deixou um apelo aos presentes para que participem activamente nos órgãos autárquicos, nos processos de consulta pública, mas também nos movimentos e dinâmicas associativas. “É preciso conhecer os problemas das pessoas e ter vontade de os resolver”, disse.
Telmo Lopes elencou aquelas que, segundo o partido, devem ser as prioridades para o território, destacando, desde logo, “a manutenção dos espaços públicos” e a resolução dos “pequenos problemas das pessoas”. Para o dirigente partidário, “muitas vezes dá-se prioridade aos grandes projectos e às grandes iniciativas”, relegando para segundo plano “essas pequenas coisas, que muitas vezes têm mais importância para a nossa vida diária do que propriamente os grandes projectos ou os grandes investimentos”
Aproveitando a presença do deputado João Almeida, Telmo Lopes pediu ao representante da Assembleia da República para que o Governo tenha em atenção as queixas dos empresários relacionadas com a “excessiva” carga fiscal e burocrática, que impedem as pequenas empresas de dar um passo em frente no crescimento. A perda de 10% da população entre 2011 e 2021 e o envelhecimento foram também preocupações manifestadas pelo líder do CDS em Pombal. “Há freguesias onde o decréscimo [populacional] chegou quase aos 20 por cento”, como é o caso de Abiul, Vila Câ e Alitém, notou.
Para combater este abandono, Telmo Lopes defende a criação, a nível central, de mecanismos que ajudem a fixar as populações nos territórios, o que passa, a título de exemplo, pela disponibilização de serviços mínimos de proximidade, nas áreas da educação, saúde e justiça, para evitar a fuga para os grandes centros urbanos.
Sobre o Índice de Sustentabilidade Municipal, apresentado naquele dia pela autarquia, o dirigente lamenta que muitas vezes se governe para “as bandeiras”, ou seja, “para ficar bem na fotografia”, e não para as populações. “Gastar muito dinheiro pode ser bom para esses índices, mas os problemas das populações não são resolvidos”, dando como exemplo a requalificação que está a ser feita no rio Arunca, cujo projecto foi “feito à pressa”, levando a que o investimento seja feito “sem critério”.
E no que toca a projectos, o presidente da concelhia lamentou também que o Ecomatur continue por concretizar, apontando este como um dos exemplos da “falta de estratégia” do município.
“Juntos, vamos conseguir melhorar o resultado do CDS no distrito”, afirmou, numa ideia que foi depois rematada por Liliana Silva: “Está nas nossas mãos mudar o rumo do território”.
*Notícia publicada na edição impressa de 14 de Novembro