A Comissão Política Concelhia de Pombal do CDS-PP retirou a confiança política ao executivo da Junta de Freguesia de Abiul, constituído por Sandra Barros, Pedro Barros e Miguel Martins, eleitos pelo partido nas Autárquicas de 2013. Por outro lado, reiterou a sua confiança a todos os membros da Assembleia de Freguesia, igualmente eleitos pelo partido.
A decisão foi tornada pública pelo presidente da Concelhia, Sidónio Santos, na noite desta quinta-feira, dia 27, numa comunicação à imprensa, sem direito a perguntas.
Depois de ter feito uma resenha sobre a relação entre o CDS-PP e a presidente da Junta de Freguesia de Abiul, Sandra Barros, que remonta a 2013 quando o partido “apoiou uma candidatura independente” à autarquia até então liderada pelo Partido Social Democrata (PSD), Sidónio Santos considerou que “durante estes quase quatro anos de mandato” do actual executivo local, o partido “deu total apoio” e “soube respeitar sempre a sua independência, tendo colaborado activamente na consecução e promoção de muitas iniciativas operadas na freguesia”.
A “título de curiosidade”, o dirigente centrista e candidato à Câmara de Pombal afirmou que foi a estrutura concelhia do partido que “elaboramos quase todos os discursos públicos da Sandra Barros”. “Caros abiulenses, quando liam as notícias sobre a vossa terra e que vos faziam sentir orgulhosos, foi o CDS-PP que fez com que isso acontecesse e não o executivo, pois nem sequer sabiam como fazer”, referiu.
Por outro lado, Sidónio Santos afirma que uma das “promessas eleitorais de 2013 e que constava no programa eleitoral do CDS-PP era a realização da auditoria à gestão dos executivos anteriores, todos eles do PSD”. Um processo que terá sido iniciado em 2014 e que foi entregue em 2015 ao executivo da Junta. “A partir desse momento, a Concelhia do CDS-PP sempre pressionou a presidente da Junta de Freguesia, Sandra Barros, para apresentar o resultado da auditoria em sede de Assembleia, a qual invocou sempre que não havia nada de grave e outros entraves políticos, que na altura pensámos ser verdadeiros”, considera Sidónio Santos, acrescentando que perante aquela “inércia e incapacidade”, o líder da bancada do CDS-PP, Marco Jesus, requereu que tal fosse feito na última Assembleia de Freguesia, o que aconteceu. Conclusões que, no entender do partido, “indiciam a prática de má gestão de fundos públicos de forma explícita, o que contradiz a versão sempre defendida pela presidente da Junta”, frisa.
Sidónio Santos está convicto que “houve uma intenção premeditada do actual executivo” para que aquele relatório “não fosse apresentado” e que “nada fizeram para que o mesmo fosse enviado para as entidades oficiais aferirem se há indícios de foro jurídico-legal, pois estariam a beliscar o seu futuro político e as suas ambições pessoais”.
O dirigente centrista acusa, também, os membros do executivo de “deslealdade”, considerando que “queriam impor uma coligação por vontade própria, pois comprometeram-se com outro partido, deram o seu consentimento, sem sequer falarem com o CDS-PP, partido que os apoiou durante estes quatro anos”.
“Consideramos que é uma decisão incoerente e sei que não é aquilo que os abiulenses querem, pois os rostos podem ser diferentes, mas sei que não querem voltar ao passado”, afirma Sidónio Santos, realçando: “em 2013 houve um movimento para fazer a mudança da freguesia, mudar-se de projecto. Conseguiu-se. Agora chegado a 2017, querem voltar ao passado”.