“O CDS/PP em Pombal tem uma identidade muito própria”

0
2689

“Pombal vale a pena” é o lema da candidatura do CDS-PP à Câmara de Pombal, protagonizada por Sidónio Santos. O candidato, que lidera o partido a nível concelhio, destaca o facto de apresentar “algo de positivo e totalmente diferente aos pombalenses”. Por outro lado, em entrevista concedida por escrito, realça que o “factor distintivo” dos centristas para as eleições de 1 de Outubro, face às restantes sete candidaturas, “é o positivismo” que apresenta, “aliado à juventude e à participação feminina”. Sidónio Santos diz não concordar com os “métodos utilizados” por alguns “agentes políticos” para garantirem o poder a “qualquer custo”, onde a “estratégia utilizada não é apresentar os melhores e as melhores propostas”, mas sim, “condicionar os melhores a participar e pressionar as alternativas”.

Pombal Jornal (PJ) – Sendo o presidente da Concelhia do CDS/PP de Pombal, a sua candidatura à Câmara Municipal surgiu de uma forma natural?
Sidónio Santos (SS) –
Na minha opinião, uma candidatura à Câmara Municipal de Pombal é acima de tudo uma decisão pessoal, pois é necessário reunir um conjunto de requisitos pessoais e profissionais para se apresentar como candidato, assim como é fundamental possuir um grande apoio e compreensão familiar. Estes pressupostos, aliado à coragem e vontade de querer apresentar algo de positivo e totalmente diferente aos pombalenses, acabou por se tornar natural a minha decisão.

PJ – O CDS/PP surpreendeu ao apresentar candidaturas a todos os órgãos autárquicos do concelho…
SS –
O projecto do CDS/PP é aquele que apresenta o maior crescimento no concelho de Pombal e a apresentação de candidatos a todos os órgãos autárquicos é apenas mais um exemplo claro desse crescimento. Por outro lado, o CDS/PP em Pombal é quem apresenta mais mulheres como cabeças de lista, defendendo, de forma clara, a igualdade de género. É também aquele que aposta efectivamente nos jovens de Pombal, sendo o único a apresentar uma mandatária da juventude e também a candidata mais jovem nestas eleições autárquicas.

PJ – Tem referido, por diversas vezes, que o CDS/PP tem uma agenda própria e segue um caminho estratégico que traçou para Pombal. Qual é essa estratégia?
SS –
O CDS/PP em Pombal tem uma identidade muito própria, onde procuramos escolher os melhores e partilhamos valores basilares que consideramos fundamentais para melhorar a nossa comunidade, tais como o respeito pelo próximo, a dedicação e o trabalho em prol do bem comum. A nossa estratégia para Pombal passa acima de tudo numa aposta clara em três eixos: As pessoas, que são o principal pilar da nossa sociedade; o território, pelo facto de termos um concelho com enormes potencialidades, mas sem qualquer estratégia integrada da sua promoção; e uma clara aposta no desenvolvimento económico e no emprego, pois há uma manifesta incapacidade dos actuais decisores políticos em interpretarem estas novas dinâmicas, o que faz com que Pombal esteja a perder competitividade e importância face a outros concelhos vizinhos.

PJ – No entanto, os cidadãos acusam os partidos, e os candidatos, de só aparecerem quando há eleições. Concorda?
SS –
O CDS/PP em Pombal, desde as últimas eleições autárquicas, dinamizou um conjunto de iniciativas que acabaram por aproximar mais pessoas ao nosso projecto e essa terá sido uma das razões pelas quais conseguimos apresentar listas a todos os órgãos autárquicos, reflectindo esse trabalho de proximidade com a comunidade que temos vindo a realizar e que contribuiu para reforçar a nossa credibilidade. Relativamente aos candidatos do CDS/PP, penso que isso não se verifica, pois na sua maioria, já mantinham uma intervenção na comunidade a outros níveis.

PJ – Como analisa o facto de surgirem oito candidatos à Câmara de Pombal?
SS –
Defendo toda a participação democrática e, portanto, acredito que todos os candidatos terão motivações legítimas e um conjunto de ideias que querem submeter a escrutínio popular e assim sendo, considero que é positivo, esperando que esta maior participação também tenha reflexo no eleitorado e que exista uma redução da abstenção.

PJ – O CDS/PP poderá beneficiar desse factor?
SS –
O CDS/PP depende única e exclusivamente de si próprio, do trabalho e da capacidade de transmitir a mensagem que os seus elementos conseguirão passar neste período. Contudo, estou convicto, que os pombalenses saberão reconhecer a credibilidade deste projecto e das pessoas que o integram, pois tivemos a precaução de escolher pessoas à sua imagem, onde prevalece a humildade, competência, a capacidade de trabalho, aliado a uma vontade enorme de fazer mais e melhor pela nossa terra.

PJ – O que diferencia as candidaturas do CDS/PP das restantes?
SS –
O nosso principal factor distintivo face às restantes candidaturas é o positivismo que apresentamos, aliado à juventude e à participação feminina. O CDS/PP em Pombal é um projecto que veio para ficar, foi reconstruído por pessoas da sociedade civil que nunca tinham tido qualquer experiência política e faremos aquilo que os eleitores nos derem oportunidade para fazer. Nós apostamos nos melhores, independentemente da idade, valorizamos as pessoas e damos-lhes liberdade e oportunidade para darem o seu contributo construtivo à sua comunidade, mas para isso acontecer precisamos que as pessoas confiem cada vez mais em nós, que nos confiem o poder de decisão e estou certo que se irão surpreender pela positiva.

PJ – Quais os objectivos de Sidónio Santos ao candidatar-se à Câmara Municipal?
SS –
O meu objectivo é que o CDS/PP tenha representatividade no executivo camarário, pois sabemos antemão que podemos dar um contributo muito positivo ao nosso concelho, através das estratégias elencadas anteriormente. Além disso, considero que disponho da melhor equipa para a Câmara Municipal de Pombal e tenho a certeza que a maioria dos pombalenses os reconhece e sabem que possuem competências profissionais e pessoais ímpares. É uma equipa de excelência e só por isso, acho que merecemos a confiança dos pombalenses.

PJ – E as expectativas em relação às freguesias?
SS –
Há várias décadas que o CDS/PP não concorria a todas as freguesias do concelho de Pombal, no entanto em 2017, isso foi concretizado, sendo desde logo um factor que merece ser assinalado. A nossa expectativa é realisticamente positiva, queremos aumentar a nossa representatividade, pois onde estamos presentes, onde temos voz e capacidade de decisão fazemos diferente e as pessoas sabem que o que nos move é acima de tudo a possibilidade de contribuirmos para melhorar a sua qualidade de vida e, na minha opinião, penso que o temos conseguido fazer. Acredito que as freguesias com presidentes de junta do CDS/PP serão mais justas, as pessoas serão tratadas todas de forma igual e terão sempre alguém que dá a cara por elas e que defenderá acima de tudo a comunidade.

PJ – O facto de o partido apresentar um conjunto de candidatos jovens pode ser uma vantagem para o concelho?
SS –
O CDS/PP é o único partido em Pombal a apostar efectivamente nos jovens oriundos da sociedade civil e que lhes atribui responsabilidades directas e que realmente acredita nas suas capacidades e este processo autárquico reflecte isso mesmo. Apresentamos a candidata mais jovem a estas eleições autárquicas, Dulce Martins com 23 anos, à Junta de Freguesia da Redinha e somos o único partido a apresentar uma mandatária para a juventude. O futuro está na juventude, que infelizmente tem vindo a optar pela emigração, está, então, na altura de dar uma verdadeira oportunidade aos jovens que cá ficaram, para mostrarem o que valem e darem o seu contributo no desenvolvimento da sua terra.

PJ – Pombal vale a pena?
SS –
É o nosso compromisso com a população, pois ao contrário de outros, decidimos ficar e abraçar esta candidatura para contribuirmos para a melhoria da nossa terra por forma a recuperar o que temos vindo a perder: pessoas, massa crítica e emprego.

PJ – De que forma tem acompanhado a actual gestão municipal e como a avalia?
SS –
Como estamos na época das vindimas, classifico a actual gestão municipal como uma gestão de “muita parra e pouca uva”. O presidente do actual executivo já exerce funções políticas na Câmara há perto de 20 anos, tendo obrigação de conhecer bem os dossiês em curso e as necessidades que existiam. Considero, então, que em quatro anos devia ter feito mais e melhor em muitas áreas.

PJ – Tais como…
SS –
Pombal continua a necessitar de concluir a rede de saneamento básico, pois é impensável estarmos em 2017 e ainda não ter sido concretizado, assim como o parque verde da cidade continuar como uma eterna promessa. As entradas da cidade são um péssimo cartão-de-visita para o nosso concelho, quer ao nível de asfalto, manutenção de espaços verdes ou mesmo a existência de edifícios decrépitos e ao abandono e nestas matérias, pois pouco ou nada foi feito para melhorar esta situação.

PJ – Em termos económicos?
SS –
Em termos económicos, Pombal perdeu dinamismo e importância nos últimos anos, onde nem os investidores da América Latina quiseram apostar. Uma verdadeira estratégia de captação de empresas passa por muito mais do que asfaltar a rede viária e colocar placas sinaléticas dos parques industriais, ou mesmo a venda de lotes de terreno. Essa é a parte mais fácil, mas o mais importante não acontece, que é a instalação de empresas e a criação de emprego qualificado. Actualmente, a redução dos custos de contexto são fundamentais para a tomada de decisão por parte dos investidores e isso passa muito pelas políticas públicas municipais, mas acima de tudo pela actuação dos executivos, nomeadamente na rapidez de decisão, acompanhamento e importância que dá aos investidores, pois os municípios actualmente concorrem entre si para garantir investimento privado e essa captação não se faz sentado no gabinete presidencial, como tem sido estratégia até à data em Pombal.

PJ – E quanto à saúde?
SS –
Preocupa-me bastante o facto de as populações do nosso concelho estarem cada vez mais a ser privadas de cuidados de saúde e o município não ter uma posição firme na defesa destas pessoas e procurar arranjar soluções. Um bom presidente de Câmara além de um bom gestor, terá de possuir uma visão estratégica de médio longo prazo e que cultive uma relação de proximidade com os eleitores, situação essa que actualmente não se verifica. Defende a captação de novos investimentos para o concelho.

PJ – No entanto, há quem defenda a manutenção do existente invés de captar novas empresas, enquanto outros dizem que Pombal não tem mão-de-obra qualificada. Qual a sua opinião?
SS –
Estas questões estão todas interligadas com uma questão fundamental que é a necessidade de criação de emprego qualificado no concelho de Pombal, pois os nossos jovens estão cada vez menos a regressar à sua terra natal, após a vida universitária, por falta de oportunidades. Isto só se consegue inverter, se as empresas instaladas se desenvolverem, inovarem em produtos e processos e daí surgirem oportunidades para esses jovens licenciados. É também importante criar condições para se instalarem novas empresas no concelho, mas para isso acontecer, terá de ser criar um ecossistema empreendedor favorável, situação redundante que actualmente não se verifica. Também terá de existir um reforço de parcerias e interligação do tecido empresarial com as nossas instituições de ensino, nomeadamente com a ETAP, para que exista uma adaptação das qualificações dos estudantes às necessidades das nossas empresas em termos locais, pois essa aproximação ainda é demasiado ténue.

PJ – O que poderão os pombalenses esperar do CDS/PP?
SS –
Trabalho com proximidade e compromisso.

PJ – Como se apresenta Sidónio Santos aos eleitores?
SS –
Como sempre fui: um homem da terra.

“Não concordo com os métodos utilizados por alguns agentes políticos”

PJ – No caso de ser eleito vereador num cenário de um executivo minoritário, está disponível para viabilizar uma gestão autárquica?
SS –
O CDS/PP em Pombal é um partido de consensos, colocamos o interesse do concelho sempre em primeiro lugar e se essa situação se colocar, certamente não será pelo CDS/PP que deixará de haver estabilidade governativa, desde que a nossa identidade se mantenha salvaguardada.

PJ – Assistiu-se à mudança da actual presidente da Junta de Abiul do CDS/PP para o PSD, levando-o a retirar-lhe a confiança política. Foi um processo que lhe tirou o sono?
SS –
O CDS/PP de Pombal já se pronunciou publicamente sobre esse processo, mas posso reafirmar que foi um claro exemplo da falta de palavra e de valores dessas pessoas, mas estou convicto que os abiulenses saberão dar a sua resposta na altura certa, pois não quero acreditar que queiram voltar às políticas do passado desta forma mascarada.

PJ – Sente-se desiludido com a actuação de alguns agentes políticos no concelho?
SS –
Não concordo com os métodos utilizados por alguns agentes políticos para garantirem o poder a qualquer custo, onde a estratégia utilizada não é apresentar os melhores e as melhores propostas, mas sim, condicionar os melhores a participar e pressionar as alternativas. No CDS/PP em Pombal as pessoas estão connosco porque querem, porque gostam e porque acreditam em nós. A única coisa que lhe oferecemos é trabalho e por isso sabemos que este projecto é genuíno e não é para todos. Todavia, temos consciência que somos diferentes dos demais, temos uma identidade própria e que escolhemos o caminho mais difícil, mas tenho a certeza que é o único que faz sentido.

 

O jovem atleta que chega a director de agricultura

Quando foi anunciado como candidato à Câmara de Pombal, o CDS/PP considerou-o como “a pessoa certa para recolocar o concelho na trajectória do crescimento económico através da captação de investimento privado, na criação de emprego qualificado e na valorização das pessoas e do nosso território”. Sidónio Santos, economista, é actualmente o presidente da Concelhia do CDS/PP de Pombal e tem representado o partido na Assembleia de Freguesia de Pombal. Natural do Pinheirinho, tem 37 anos, é casado e tem um filho. Possui um trajecto profissional de 14 anos, ligado ao sector privado, público e cooperativo. Iniciou a sua vida profissional na Caixa de Crédito Agrícola Mutuo de Pombal, entre 2003 a 2006, passando pela Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua, nomeadamente pela Garval e Agrogarante de 2006 a 2010. Em 2011, assumiu funções no Instituto de Financiamento de Agricultura e Pescas em Lisboa, transitando para a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro em 2012, onde actualmente exerce um cargo de direcção. A nível associativo, foi um dos fundadores e o primeiro presidente da direcção da Associação Juvenil “União 21”, que é a detentora do Jornal “O Pinheirinho”, e possui uma equipa de futsal feminina nos campeonatos da Associação de Futebol de Leiria. Foi jogador de futebol 11 federado na União Matamourisquense e capitão da equipa que ganhou a taça e supertaça do último campeonato de Futebol 7 amador, realizado em Pombal.

Partilhar
Artigo anterior“O nosso objectivo é precisamente fazer a divulgação do partido e os seus valores”
Próximo artigo“A actual gestão está bastante aquém do que seria desejável”
Ingressou no jornalismo, em 1989, como colaborador no extinto “Pombal Oeste” que foi pioneiro na modernização tecnológica. Em 1992 foi convidado a integrar a redacção de “O Correio de Pombal”, onde permaneceu até 2001, quando suspendeu a profissão para ser Director de Comunicação e Marketing de um grupo empresarial de dimensão ibérica. Em 2005 regressou ao jornalismo, onde continua, até aos dias de hoje, a aprender. Ao longo destes (largos) anos de actividade, atestados pelo Carteira Profissional obtida em 1996, passou por vários jornais, uns de âmbito regional e outros nacional, onde se inclui o “Jornal de Notícias” e “Público”. Foi convidado a colaborar, de forma regular, com o “Pombal Jornal” onde se produz conteúdos das pessoas para as pessoas. Foi convidado a colaborar, de forma regular, com o “Pombal Jornal”, quinzenário com o qual deixou de colaborar no final de Maio de 2020.