À excepção dos cemitérios do Carriço, todos os outros estarão de portas abertas no dia 1 de Novembro. As celebrações eucarísticas mantêm-se mas as tradicionais romagens não deverão realizar-se em nenhuma das freguesias. Autarcas preparam locais com soluções desinfectantes e apelam ao sentido de responsabilidade dos cidadãos para que não seja necessário intervir.
Um pouco por todo o país, o dia 1 de Novembro é sinónimo de romaria aos cemitérios. O dia dos Fiéis Defuntos, também conhecido como dia dos Finados, comemora-se a 2 de Novembro, mas é cada vez mais habitual antecipar para o feriado de Todos os Santos a homenagem aos que já partiram. Para além do cariz emocional associado à data, a comemoração é, simultaneamente, uma importante fonte de receitas para quem vive do comércio de flores.
Com o país em estado de calamidade, as opiniões sobre a abertura ou encerramento dos cemitérios, neste dia, dividem-se. Em Pombal, há Juntas de Freguesia que já publicaram editais sobre os procedimentos a ter em conta nesta data e, no geral, das opiniões recolhidas, prevalece a intenção de manter os cemitérios de portas abertas. A única excepção é no Carriço, onde o executivo presidido por Pedro Silva anunciou que os espaços irão estar encerrados nos dias 31 de Outubro e 1 de Novembro, “em prol da saúde de todos”. Nessa medida, “a limpeza das campas e a colocação de flores deve ser efectuada nos dias anteriores ou posteriores, respeitando sempre as regras de protecção individual e colectiva dos cidadãos, impostas pela Direcção-Geral de Saúde”, lê-se no edital.
Posição bem diferente é manifestada por José Manuel Marques. O autarca do Louriçal defende o normal funcionamento dos cemitérios e diz que só procederia de forma contrária se o Governo assim o impusesse. Para além do simbolismo da data, o presidente destaca também a importância desta dinâmica para o comércio local e acredita que irá prevalecer o sentido de responsabilidade entre aqueles que se deslocarem a qualquer um dos quatro cemitérios da freguesia.
É também esta a posição assumida pelos restantes presidentes que optaram pela abertura. Na maior parte dos locais, para além de ser exigido o cumprimento das regras sanitárias já impostas pela pandemia (uso de máscara e distanciamento social), haverá soluções desinfectantes para as mãos à disposição dos cidadãos. Além disso, apela-se também a que a limpeza das campas seja feita antes do Dia de Todos os Santos, para evitar aglomerados. Ao contrário do habitual, não haverá utensílios para esse feito, pelo que cada um deverá levar consigo o necessário para a limpeza.
E é na expectativa de que os cuidados sanitários não serão descurados que a grande maioria dos presidentes de junta não impôs condicionalismos acrescidos no acesso aos cemitérios.
Em Pombal e na União de Freguesias de Guia, Ilha e Mata Mourisca, atendendo à densidade populacional destes territórios, foram definidos limites de permanência de pessoas. Na zona Oeste, o executivo liderado por Gonçalo Ramos definiu como 20 o número máximo de pessoas em simultâneo.
Permanência de 30 minutos
Tal como as Juntas de Freguesias, também o Município de Pombal decidiu manter em funcionamento os cemitérios sob a sua jurisdição, “reconhecendo que se trata de uma data em que tradicionalmente as pessoas prestam homenagem aos seus familiares sepultados”. Assegura, no entanto, que tidas em conta as normas de segurança emitidas pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), quer no interior quer nas entradas e saídas daqueles equipamentos.
“No Cemitério Municipal de Pombal o tempo máximo de permanência das pessoas no seu interior será de 30 minutos, sendo a limitação máxima permitida, em simultâneo, de 400 pessoas, na zona antiga, e 150 na zona nova”, informa a autarquia. Além disso, “será permitida a presença, no máximo, de duas pessoas junto de cada sepultura” e “as entradas e saídas serão devidamente identificadas e distintas, sendo disponibilizados dispensadores de álcool gel para higienização obrigatória das mãos”. O município esclarece ainda que o uso de máscara individual de protecção é obrigatória e que será disponibilizado sabão junto dos respectivos pontos de água.
Já o acesso ao parque de estacionamento estará condicionado a pessoas com mobilidade reduzida, não sendo colocada de parte a possibilidade de alteração do sentido do trânsito na envolvente dos cemitérios que o justifiquem, adverte o município.
Fora da cidade, nos cemitérios de Carvalhais, Aldeia dos Redondos, Ranha de Baixo, Alto dos Crespos, Travasso, Casal Velho e Covão dos Mendes, o acesso será feito como nos anos anteriores, mas a lotação está agora limitada a 50 pessoas, em simultâneo, no seu interior.
Contudo, e caso se verifique a existência de aglomerados ou o distanciamento de segurança não esteja garantido, e até sair um número suficiente de pessoas que permitam a reabertura do espaço, “o município reserva-se o direito de encerrar as entradas temporariamente”.
Na eventualidade de se realizarem funerais no dia 1, “o Cemitério Municipal de Pombal encerrará ao público em geral uma hora antes da cerimónia, e pelo período necessário, de modo a garantir a inexistência de aglomerados e o controlo das distâncias de segurança”.
Por outro lado, o município recomenda que as pessoas de grupos mais vulneráveis, como pessoas idosas, grávidas e com imunossupressão ou com doença crónica, não se desloquem ao cemitério naqueles dias, que se prevêem de grande afluência. Recorde-se que estamos perante um período excepcional de pandemia à Covid-19, pelo que é importante que todos os cidadãos tenham consciência para a necessidade de reduzir o impacto de transmissão e propagação do vírus”, alerta.
Missas com horário normal
Contactado sobre as celebrações eucarísticas no Dia de Todos os Santos e Dia de Fiéis Defuntos, o pároco de Pombal, João Paulo Vaz, adianta que no domingo, 1 de Novembro, as missas terão os horários habituais. No dia 2, segunda-feira, há Eucarística às 07h00, mas sem a romagem ao cemitério. Tal como em Pombal, nas restantes paróquias as romagens não se deverão realizar, mantendo-se apenas as missas.