A comissão política concelhia do CDS-PP considera que foi cometido um “crime ambiental” no terreno onde será construído o futuro parque fotovoltaico da freguesia do Carriço, junto à povoação dos Alhais, facto que, “nos últimos anos, não tem precedente no nosso território”.
O local onde antes cresciam, “de forma ordenada e cuidada, milhares de pinheiros, viçosos, jovens e promissores, vai ser “ocupado por uns milhares de painéis para produção de energia limpa e renovável”, nota a estrutura política presidida por Telmo Lopes. Das entidades contactadas sobre a possibilidade de o investimento ser feito num terreno “com mato, infértil ou sem qualquer exploração”, a estrutura diz ter recebido respostas como “o terreno é privado e por isso o proprietário faz o que quer”, o que traduz “a sua impotência perante a realidade e a lei”.
Porém, “considerando a atribuição de interesse público [atribuído pela Câmara] e o facto de nesta zona não ser obrigatório o estudo de impacto ambiental, o projecto foi aprovado pela direcção geral de energia, ficando dessa forma ultrapassados todos os trâmites legais necessários”, lamentam os centristas pombalenses. “Algum dos elementos do executivo foi ao local ver a zona antes do parecer positivo?”, questiona a comissão política, que aponta também o dedo à autarquia local. “O executivo da Junta de Freguesia do Carriço, poder de proximidade por excelência, tomou alguma iniciativa para minorar os seus impactos negativos?”.
“Num território que foi fustigado de forma dramática pelos incêndios de 2017 e com o processo de reflorestação a decorrer de forma tão pobre, faz sentido destruir milhares de árvores por pura inércia? Será que o ICNF não teria por lá uns euritos no seu orçamento para transplantar estas árvores para o talhão 88 [onde no início deste mês a Câmara iniciou o processo de reflorestação]?”, questiona ainda o CDS de Pombal, que lamenta não ter sido equacionada, por exemplo, a “permuta de terrenos”.
“A inércia, o desleixo ou a indiferença não podem ser características de políticos, agentes de autoridade e outros funcionários do Estado”, remata a estrutura.