O Centro Hospitalar de Leiria (CHL) está a investir perto de dois milhões de euros na reabilitação e requalificação do Hospital Distrital de Pombal, para o tornar “mais eficiente” e dar-lhe a “dignidade” que merece.
Em 2011, aquando da sua fusão com o Hospital de Santo André, em Leiria, a unidade hospitalar apresentava uma “situação insustentável”, dizem os seus responsáveis.
O anúncio foi feito na segunda-feira de manhã, dia 8, numa conferência de imprensa protagonizada pelo presidente e pelo vogal executivo do conselho de administração, Hélder Roque e Licínio de Carvalho, respectivamente. Os dois responsáveis apresentaram a situação em que o hospital se encontrava aquando da criação do Centro Hospitalar e anunciaram os investimentos já realizados e outros em curso e projectados.
Baixa produção, muitos conflitos internos, um défice de mais de um milhão de euros em 2010, dívidas de quase quatro milhões de euros em Setembro de 2011, dezenas de prestações de serviço irregulares, e instalações e equipamentos degradados. Foi este o cenário que, segundo Licínio Carvalho, foi encontrado no momento em que o governo decidiu fazer a fusão do hospital com o de Leiria. “Uma situação insustentável”, frisou.
Após um exaustivo levantamento das necessidades “mais prioritárias”, o Centro Hospitalar investiu mais de 940 mil euros, tendo em curso ou em fase adiantada de adjudicação mais investimentos na ordem dos 900 mil euros. Investimentos em obras de reabilitação e requalificação, exterior e interior, mas também na aquisição de novos equipamentos médicos e outros para permitirem um bom funcionamento da unidade de saúde.
Quanto ao futuro, estão previstas obras de conservação das fachadas do edifício principal (suportadas financeiramente pela câmara municipal no valor de 236.700 euros), a remodelação da cozinha e bar, a remodelação do serviço de urgências, a reabilitação do edifício das consultas externas, a reabilitação do serviço de cirurgia geral, a reabilitação da entrada principal e estradas, bem como dos corredores, e a renovação das redes águas residuais com a construção de uma estação de tratamento.
Licínio Carvalho destaca o facto de todos aqueles investimentos serem suportados “sem qualquer apoio externo” e representarem “20 por cento do plano de investimentos do Centro Hospitalar”.
Por outro lado, a instituição de saúde reforçou, ainda, os serviços de consultas externas com novas especialidades, a cargo de “médicos diferenciadores” do hospital de Leiria, na sua maioria directores de serviços, e apostou na realização das cirurgias de ambulatório. Para 2016 será repensado o serviço de internamento de cirurgia, podendo vir a ser criada uma unidade de internamento de convalescença para apoio a todo o Centro Hospitalar.
“Trata-se de um trabalho difícil, muito moroso, com muita persistência e sem resultados imediatos”, diz o presidente do conselho de administração, optimista ao considerar que “é uma missão ajudará a elevar o hospital como uma unidade de referência na região”.
Para Hélder Roque, uma das intenções é que o Centro Hospitalar de Leiria – que para além dos hospitais de Leiria e de Pombal integra também o de Alcobaça – seja “único”. Daí que no início de Julho será sujeito ao processo de acreditação por parte da Joint Comission International. O presidente do conselho de administração reconhece que as “exigências são extremas” e que correm “algum risco”, face à integração dos hospitais de Pombal e de Alcobaça no processo, mas acredita que a “dinâmica” e “qualidade” do serviço prestado pelo Hospital de Santo André convença os auditores internacionais.
“Será uma semana de muita transpiração e adrenalina, mas estou confiante”, refere o responsável, adiantando que aquela acreditação “será mais um passo importante para credibilizar e dignificar o hospital de Pombal e reconhecer o mérito de todos os seus profissionais”.
ORLANDO CARDOSO (texto e fotos)
Notícia publicada na Edição n.º58, de 11 de Junho