O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Pinhal Litoral reforçou desde segunda-feira o atendimento na sua área de influência na sequência de um período previsto de maior procura de unidades de saúde, foi nesta quarta-feira anunciado.
Num comunicado que revela um encontro em Leiria de vários responsáveis pela saúde para articularem a melhor resposta para fazer face ao aumento da procura dos utentes pelos cuidados de saúde nesta época do ano, o director executivo do ACES, Pedro Sigalho, informou na reunião que foi já feito um primeiro reforço do atendimento nos centros de saúde da sua área de influência.
Estes centros de saúde (Leiria, Batalha, Pombal, Porto de Mós e Marinha Grande) estão desde segunda-feira com equipas que funcionam das 17h00 às 20h00 da segunda a sexta-feira, assim como no horário das 08h00 às 13h00 aos sábados, domingos e feriados (à excepção do Centro de Saúde de Pombal e de uma unidade da Marinha Grande).
“Temos nestes horários o dobro das consultas”, explicou Pedro Sigalho, citado na nota.
Segundo esta comunicação do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), o Conselho de Administração desta unidade de saúde reuniu com os responsáveis pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) e pelo ACES do Pinhal Litoral.
O encontro, que decorreu no Hospital de Santo André (HSA), em Leiria, esta terça-feira, teve como objectivo articular com os cuidados primários soluções para a situação de sobrecarga das urgências hospitalares, procurando definir e adoptar medidas imediatas.
O presidente do Conselho de Administração do CHL, Hélder Roque, apelou à colaboração de toda a rede de cuidados de saúde, sugerindo a criação de medidas “extraordinárias” para assegurar a resposta aos utentes neste período de grande afluência às urgências.
A medida surge “numa altura em que ainda não se atingiu o pico da actividade gripal, prevendo-se, consequentemente, o agravamento da situação”, salientou.
Hélder Roque demonstrou a necessidade de alargar os horários nos cuidados primários, para que possam ser uma resposta efectiva aos utentes que os procuram, evitando idas desnecessárias ao hospital, sobretudo “nos períodos em que a urgência hospitalar fica mais sobrecarregada”.
Por seu lado, a presidente do Conselho Directivo da ARSC, Rosa Reis Marques, salientou a necessidade de se sensibilizar os utentes não urgentes para recorrerem à linha saúde 24 (808 24 24 24) e aos cuidados primários.
Só em caso de necessidade, “estes doentes serão encaminhados ao hospital, onde terão prioridade de atendimento dentro do seu grau de urgência, e estarão isentos de taxas moderadoras”.
Segundo Rosa Reis Marques, é” preciso informar os utentes, dizer-lhes quais são as soluções que podem procurar, e incentivá-los a usar correctamente os cuidados de saúde, para seu próprio benefício”.
Hélder Roque, por outro lado, assumiu que tem uma urgência “muito pesada e sobrecarregada” e que esta situação, “infelizmente, não é nova”.
“Temos uma área de influência de 400 mil habitantes e uma população muito envelhecida, sem que tenhamos aumentado na necessária proporção os recursos humanos, e uma urgência que foi dimensionada para o HSA apenas, para 250 mil habitantes”, lembrou, ao garantir que a sobrecarga das urgências é um problema que existe durante todo o ano.
LUSA