O presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) alertou para o risco de os veraneantes usufruírem mais do pinhal, tendo em conta o limite de pessoas nas praias devido à pandemia de Covid-19.
“Se este é um ano diferente, por causa do fenómeno da pandemia, poderá também ser de maior risco, porque se as praias vão estar limitadas na sua utilização, muitas pessoas irão para a floresta e para o pinhal e poderão aí ter focos de problemas suplementares”, advertiu Gonçalo Lopes, também presidente da Câmara de Leiria.
O autarca falava durante a apresentação do plano de operações da região para a época de combate a incêndios rurais.
Um plano que conta com 17 postos de vigia e dez câmaras de vídeo-vigilância, que abrange “mais de 70 por cento do território da CIMRL” que abrange os concelhos de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.
No caso de Pombal, o concelho irá dispor de dois postos de vigia, enquanto as câmaras de vídeo-vigilância irão cumprir cerca de 90% do território concelhio.
“As câmaras informam sobre o que significa determinada coluna de fumo detectada (se é um incêndio ou fumo de um veículo velho, por exemplo), assim como a humidade relativa, o vento e a sua direcção e a temperatura”, explicou o comandante operacional distrital, Carlos Guerra, frisando que tal informação é “um apoio à decisão” de todo o contexto do incêndio.
Para Gonçalo Lopes, aquele o projecto de vídeo-vigilância da “prevenção dos incêndios e gestão da floresta é notável”, salientando que “a instalação das câmaras é um factor não só de segurança mas também vital para a prevenção e ataque inicial, que permite saber o sítio exacto onde se podem posicionar os meios”.
Com a primeira fase iniciada a 15 de Maio, o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) no distrito de Leiria apresenta este ano um grande desafio, relacionado com o efeito da pandemia de Covid-19 e aquilo que são as operações que terão de ser desenroladas pelos operacionais.
Segundo Carlos Guerra, existem planos de contingência já montados e vai haver contactos com os comandantes e com as autarquias para perceber como tudo se vai processar em termos logísticos, por exemplo, a distribuição de alimentação ou quando for necessário deslocar operacionais.
Pombal irá dispor, mais uma vez, de um Helicóptero Bombardeiro Médio (HEBM) baseado no Centro de Meios Aéreos (CMA), no Casalinho, para actuar em incêndios nascentes com a respectiva equipa ou brigada helitransportada, com a missão específica de intervenção imediata, com elementos da Unidade de Emergência de Protecção e Socorro (UEPS) da GNR.
Por sua vez, o DECIR indica para Pombal uma Base de Apoio Logístico Secundária (BAL) com capacidade para 20 alojamentos e 40 refeições.
Entre 1 a 30 de Junho, no concelho encontra-se uma ECIN (Equipa de Combate a Incêndios), uma EIP/GIPE (Equipa/ Grupo de Intervenção Permanente), com um total de dez bombeiros e dois veículos.
De 1 de Julho a 30 de Setembro, passa a dispor de duas ECIN, uma ELAC (Equipa Logística de Apoio ao Combate), uma EIP/GIPE, com um total de 17 bombeiros e quatro viaturas.
O DECIR contabiliza, ainda, no concelho de Pombal, entre outros meios, de quatro equipas de sapadores florestais (três da Associação de Produtores Florestais e uma da Câmara Municipal), com um total de 20 operacionais e quatro viaturas, bem como de uma máquina de rastos pertencente ao município.
*Notícia publicada na edição impressa de 28 de Maio