O comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Pombal, José António Costa, apresentou ontem, quinta-feira, a sua demissão à direcção da Instituição, depois de ter deferido o pedido de demissão que lhe foi apresentado pelos restantes elementos efectivos do Comando, segundo comandante e dois adjuntos.
A demissão dos quatro elementos do Quadro de Comando estará relacionada com divergências com a direcção da Associação Humanitária, presidida por Rodrigues Marques, e que se tem arrastado desde há algumas semanas.
Questionado sobre aquelas demissões, o presidente da direcção, refere que aquele órgão directivo “limitou-se a tomar conhecimento”, garantindo que “o Corpo de Bombeiros está a cumprir com a sua missão”. Segundo o dirigente, o comandante justificou a sua demissão “por não estarem reunidas as condições necessárias para o cabal desempenho da missão”.
Contactado pelo Pombal Jornal, José Costa remeteu qualquer esclarecimento para a direcção, afirmando, contudo, que a instituição “está mobilizada para que tudo se resolva internamente” apelando para que “haja estabilidade e bom senso”.
“A minha preocupação é que exista estabilidade e que esta casa continue a cumprir a sua missão de protecção de pessoas e de bens”, disse.
Uma missão, socorro à população”, que “neste momento não está, nem nunca esteve em causa”, garante o Comandante Operacional Distrital de Leiria, Sérgio Gomes.
Em declarações à agência Lusa, Rodrigues Marques apontou a existência de “elementos estranhos à associação e ao corpo de bombeiros que estão a perturbar as boas relações entre a direcção e o comando”. No seu entender, “é o Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais que está a criar instabilidade”, entidade com a qual a associação assinou um acordo de empresa, em Março de 2011. “A instabilidade decorre da aplicação do acordo de empresa a todos os assalariados e não apenas aos trabalhadores sindicalizados, como quer o sindicato”, declarou.
Rodrigues Marques explicou que a associação assinou “de boa-fé o acordo”, mas afirma-se agora “enganado”, insistindo que “está a perturbar o bom relacionamento entre a direção e o corpo de bombeiros” em Pombal. “Não resolvemos nenhum problema com o acordo de empresa, mas arranjámos outros”, declarou o presidente da direcção.
Por sua vez, o presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais, Sérgio Carvalho, disse lamentar as declarações do presidente da associação, sublinhando que “o acordo de empresa nada tem a ver com a demissão do comando”. “O nosso sindicato não tem poder sobre o comando, que tem autonomia, e no qual há elementos que são voluntários”, observou, esclarecendo que “há cláusulas do acordo que não estão a ser cumpridas desde a sua implementação [Março de 2011] porque a direcção não cumpre o que negociou” onde “fez-se sempre acompanhar dos seus advogados”.
“O sindicato lamenta que o seu nome seja utilizado para problemas que a direcção tenha com o comando e os bombeiros, que são problemas operacionais que a nós não nos dizem respeito. O sindicato apenas discute problemas laborais”, referiu Sérgio Carvalho.
Orlando Cardoso