O caso é insólito e está a deixar incrédula a população de Almagreira. O corpo do homem que a 23 de Abril foi sepultado no cemitério de Almagreira, por volta do meio-dia, despareceu quatro dias depois.
Junto ao local onde Manuel Ferreira foi enterrado, as flores que lhe prestaram homenagem no dia do funeral estão agora amontoadas, muitas delas com lama à mistura, dando sinais de movimentações no local. Desde quarta-feira passada que os populares se interrogam sobre o paradeiro dos restos mortais do homem que era emigrante em França, mas natural da freguesia de Almagreira. A sepultura que lhe haveria de dar guarida está agora resguardada com tábuas, mas do caixão não há qualquer rasto.
Ao POMBAL JORNAL, Manuel Jorge Oliveira, o coveiro da freguesia, adiantou que foi contactado na segunda-feira passada, por uma empresa ligada ao comércio de campas, para “levantar o corpo”, o qual seria transportado, segundo a informação dada pela mesma empresa, por uma agência funerária. “Recusei-me a fazer o trabalho”, conta Jorge Oliveira, com receio de não estarem a ser cumpridos os requisitos legais para o efeito. “Queriam o serviço terça-feira de manhã”, acrescenta. Mas nesse dia, ao invés de atender o pedido, o coveiro alertou a Junta de Freguesia.
Mesmo com a recusa do coveiro, o caixão foi desenterrado, tudo indica que na quarta-feira de manhã, desconhecendo-se, para já, quem foi a agência funerária que fez o transporte.
Ao nosso jornal, Humberto Lopes, membro do executivo autárquico de Almagreira, revelou não ter recebido qualquer pedido de autorização, por parte da família, pelo que o caso já foi denunciado à GNR, no sentido de apurar responsabilidades.
Questionado sobre as eventuais motivações para o sucedido, Humberto Lopes garante que a Junta não tem, para já, quaisquer informações que possam ajudar a esclarecer as dúvidas, sublinhando que o caso está a gerar grande perplexidade.
Fernando Rodrigues Matias é um dos muitos moradores que se mostra surpreendido com o insólito desaparecimento, tendo inclusivamente participado nas cerimónias fúnebres. “Na nossa freguesia nunca ouvi falar numa coisa destas”, afirmou, esta manhã, ao POMBAL JORNAL.
Ao que foi possível apurar, a mulher e filhos do falecido regressaram logo no início da semana aos países onde estão emigrados, impossibilitando esclarecimentos que desvendem o mistério. No entanto, uma das fontes contactadas disse que o local onde o corpo foi inicialmente sepultado estaria a ser preparado para receber um jazigo.
Com ou sem jazigo, a verdade é que o paradeiro do cadáver continua uma incógnita.