“Tirámos da naftalina uma espécie de folga” e fomos ao Café Concerto para assistir à apresentação do primeiro livro de crónicas de Luísa Venturini. A escritora, e aniversariante nesse dia 8 de Novembro, presenteou os amigos com uma crónica não publicada, inspirada em Pombal.
Ana de Jesus (texto e foto)
Quarenta e nove peças autónomas, que constroem o mosaico que ilustra a capa e dá nome ao segundo livro de Luísa Venturini, intitulado “O Persa”. A este, juntam-se “outros contos, crónicas e desabafos”, todos eles com indicação expressa para leitura homeopática. Depois do romance “A Gaiola dos Periquitos”, a lisboeta que actualmente vive em Pombal, deixa a marca através destes “breves escritos” escolhidos de entre as crónicas publicadas num semanário da capital nos últimos quatro anos.
Num fim de tarde vê-se a prometer “momentos de paz quase completa”, falando antes ainda dos “prazeres domingueiros dos portugueses”, sabendo que é mesmo assim a nossa terra. “Encontramos nestes textos, um bálsamo para os nossos males”, afirmou a professora Margarida Cardoso, que apresentou o livro, transmitindo por palavras aquelas que acredita serem as sensações que o leitor poderá experimentar. “Com estes textos de uma prosa homeopática, Luísa Venturini proporciona ao leitor, se não a plenitude da felicidade, pelo menos, momentos de intenso prazer intelectual e emocional”, concluiu.
Luísa Venturini mostrou-se muito emocionada com uma apresentação que conseguiu tocá-la “na alma, sem luvas”, mas também com a presença de muitos amigos e dos dois filhos, que procederam à leitura de algumas crónicas. A autora agradeceu aos presentes com a partilha de uma crónica exclusiva, levando-os a passear “à beira-rio ou à beira-mar, como se nunca soubéssemos de pressa, e os nossos pés só conhecessem a almofada fresca das relvas e das areias”.
Notícia publicada na Edição nº69, de 12 de Novembro