A deputada Célia Cavalheiro, eleita pelo Bloco de Esquerda (BE), abandonou ontem a sessão da Assembleia Municipal “em sinal de protesto” contra a presidente do órgão, Fernanda Guardado, que acusa de “desrespeito e perseguição” por a ter “silenciado” e “impedido de falar”.
“A presidente da Assembleia Municipal de Pombal insiste em desvalorizar os discursos da eleita, interrompendo-a várias vezes sem razão objectiva”, critica Célia Cavalheiro, alegando que foi “silenciada” e “impedida de falar” quando “pediu para defender a sua honra, em consequência de um comentário calunioso e mentiroso, por parte da deputada Liliana Silva, eleita pelo CDS”.
A bloquista fala ainda em “clara dualidade de critérios”, uma vez que, “minutos antes, a presidente permitiu a dois membros que o fizessem, em circunstâncias idênticas”.
Numa nota de imprensa, Célia Cavalheiro explica que esperou pelo primeiro ponto da ordem do dia para “tentar repor a justiça”, pedindo “educadamente” à presidente para a deixar “defender a sua honra”. Contudo viu o “pedido recusado” com o argumento de que “a mesa considerava que a honra dela não tinha sido ofendida”. Por isso, foi “silenciada” através da “ordem” da presidente para “desligar o seu microfone”.
De acordo com a deputada, “este procedimento é prática corrente neste órgão”, pelo que este é mais um exemplo de “imparcialidade” de Fernanda Guardado, que deixa “manchada a democracia”.
Na mesma nota, o BE “repudia a atitude” e informa que “tomará as medidas que entender por convenientes para travar o desprezo” com que a presidente da Assembleia Municipal trata Célia Cavalheiro “sistematicamente”.
O partido sublinha ainda que “não está disponível para alimentar este tipo de política ou esta maneira de fazer política” e esclarece que “a posição ontem assumida pelo BE pretende reprimir o egoísmo e o medo, dois estados de espírito que acompanham a prática comum no Município de Pombal”.
Carina Gonçalves | Jornalista