A última reunião do executivo municipal ficou, mais uma vez, marcada pela troca de acusações entre o presidente da Câmara, Diogo Mateus, e o seu antecessor, Narciso Mota, de quem foi vice-presidente. Desta vez, o actual autarca acusou o agora vereador da oposição de ter “fomentado a clandestinidade” ao permitir construções sem o respectivo licenciamento. “Os tempos do ‘far west’ dos licenciamentos já acabaram”, afirmou Diogo Mateus.
Em cima da mesa do executivo estava a aprovação do projecto de arquitectura da obra de construção da estrutura residencial do Lar da Felicidade, na freguesia das Meirinhas. Narciso Mota, que presidiu à autarquia durante 20 anos, lamentou que aquela construção tivesse ficado “parada durante quatro anos “por causa da abertura de uma janela” para uma propriedade privada. “O interesse público foi prejudicado”, considerou o vereador eleito pelo movimento Narciso Mota – Pombal Humano(NMPH).
“Quem tem de explicar à Câmara porque é que a obra começou sem licença é o senhor”, respondeu o presidente da autarquia, acusando o seu antecessor de ter permitido que a construção do lar avançasse sem as respectivas licenças, sobretudo da Segurança Social. “Finalmente e depois de muito esforço concluímos o processo do primeiro licenciamento”, afirmou o edil social-democrata, acrescentando: “estamos fartos de resolver problemas que foram criados no passado”.
A discussão entre ambos continuou, com Narciso Mota a considerar, entre outros aspectos, que a sua ordem em avançar com a construção do lar foi feita em consonância com a então direcção da instituição “com toda a honestidade” defendendo a importância daquele equipamento social para a freguesia das Meirinhas, lamentando “o atraso de quatro anos”.
Contudo, Diogo Mateus ira ripostando, acusando o agora adversário de dizer “disparates” e de “não falar a verdade”. Chegou mesmo a referir que a instituição “violou o projecto” realizado pelos serviços técnicos do município, forçando que o mesmo tivesse sido “rectificado por várias vezes”.
A troca de acusações entre os dois, levou o vereador Jorge Claro, a questionar: “como é que os senhores se sentem quando permitiram que associações construíssem as suas instalações sem licença? Queria saber qual a vossa responsabilidade?”. Para o autarca socialista trata-se de uma “irresponsabilidade de todo o tamanho” e “só estiveram a criar problemas às associações”.
Notícia publicada na Edição nº 120, de 30 de Novembro