Pedro brilhante
Pois é verdade, fui também apanhado por esta “onda positiva” gerada pelo golpe palaciano do António ao António. E antes que ela passe deixem-me já agradecer: Obrigado PS! Obrigado do fundo coração. Por nos tirarem as dúvidas, por deixarem bem claro, por não darem sequer azo a qualquer tipo de interpretação dúbia… por mostrarem verdadeiramente ao que vêm e (não menos importante) que estão dispostos a tudo para o conseguirem. Digam lá: haveria melhor forma de jurar amor eterno a Sócrates do que um golpe oportunista certeiro, às custas de um camarada da própria família? Nem em sonhos!
Vejamos: António Costa foi Ministro de Sócrates e seu número 2 no partido durante a sua Governação. A responsabilidade de Costa nas políticas de Sócrates não é muita… é total! António esteve em todas as decisões importantes de Sócrates e foi seu braço direito durante a sua governação – foi seu apoio e seu sustento, justificando sem reservas as opções tomadas pelo Governo que nos levou à 3ª banca rota. E mesmo que assim não fosse, António já deixou claro que está plenamente comprometido, basta olhar para os que o sustentam (agora a ele): é a “tralha” socrática em peso, conta e medida.
Mas nada disto é mau, bem pelo contrário, é de louvar! Numa altura em que tanto se fala da falta de transparência em política o PS (tenho de admitir) veio dar uma lição de coerência: 3 anos depois e quando chega a hora de se definirem, o PS não deixa duvidas e, por esmagadora maioria, escolhe a mesma receita, os mesmos protagonistas e renova a confiança naqueles que verdadeiramente os representam e representam a sua forma de fazer política. É o “juramento de bandeia” e a mais bonita declaração de amor eterno já alguma vez feita à sua doutrina de despesa pública e aos seus grandes impulsionadores: Sócrates e Soares – os heróis e pais babados dos 3 resgates. É ou não é “porreiro páh”?
Eu sei, eu sei… há sempre quem vá dizer que tudo isto é “medo” do Costa, que ele vai “limpar” isto tudo e que o PSD vai embora e que… e que… Mas não nos preocupemos, ainda nem todos olhamos para a política como se fosse a nomeação para a Casa dos Segredos e vamos a correr votar no tipo com mais bronze e mais caparro. Nestas coisas da política ainda é o povo e o voto do povo quem manda. E mesmo que a euforia momentânea vá tapando as pontas do que ficou a descoberto é bom que nos vamos lembrando que tudo ficou mais claro e que a escolha agora é, efectivamente, entre quem nos tirou do buraco e mandou embora a TROIKA e entre quem duplicou a dívida em 6 anos e chamou a TROIKA para nos ajudar a pagar a conta.
É que a verdade é só uma:
“O povo agradece mas não esquece, que a crise é do PS” – até rima!