Nos próximos dias 10, 11 e 12 de Janeiro, o Teatro-Cine de Pombal será palco de um Encontro de Teatro, promovido pelo Teatro Amador de Pombal (TAP). O objectivo é dar a conhecer o trabalho artístico desenvolvido por grupos teatrais com quem o TAP tem vindo a desenvolver parcerias culturais, como é o caso do Ajidanha, de Idanha-a-nova, da Companhia de Teatro Poucaterra, do Entroncamento e d’O Nariz – Teatro de Grupo, de Leiria.
Catarina Ribeiro é presidente do TAP e explica que a decisão de executar pela primeira vez um projecto do género surgiu da “necessidade de trazer alguns grupos com os quais fazemos intercâmbios”, concedendo-lhes a oportunidade de actuar em Pombal e estimulando a “interacção, que também é muito importante para nós”. Pensado desde o início de 2013, este encontro trará ao público pombalense “grupos praticamente desconhecidos”, que por não se conhecerem entre si poderão apreciar o trabalho apresentado pelos outros, “alguns dos espectáculos mais emblemáticos da sua produção”. “Queremos dar-lhes voz e dar a oportunidade aos pombalenses de os verem”, afirmou Catarina Ribeiro, justificando a apresentação dos vários “trabalhos de bastante qualidade” desenvolvidos por grupos cuja realidade é semelhante à vivida pelo pombalense. Se O Nariz tem uma “estrutura semi-profissional”, os outros são puramente amadores, o que não invalida que o seu trabalho seja devidamente reconhecido. Foi nesse sentido, mas também tendo em conta o difícil contexto económico e financeiro que o país atravessa, que o preço estipulado foi de um euro por bilhete.
António Pires da Silva marcou presença na conferência de imprensa de apresentação deste encontro e sublinhou a “função socio-cultural” do teatro amador, realizado por “pessoas que trabalham e que gastam horas do seu dia a ensinar e a representar”. “Impressionado” pelo último espectáculo protagonizado pelo TAP que viu, o vereador responsável pelo pelouro da Cultura garantiu que a autarquia apoiaria as actividades que fomentassem a vida cultural do concelho. Por sua vez, o presidente da Junta de Freguesia de Pombal também aproveitou a ocasião para enaltecer o trabalho do TAP: “Ando de braço dado com o TAP há muitos anos. É de louvar que durante tanto tempo se tenha mantido como está; com força, com vigor”. Segundo Nascimento Lopes, o grupo é constituído por “gente com arte, com saber e com vontade de trabalhar”, capaz de “fazer tão bem aquilo que profissionais fazem”.
Na ocasião, Humberto Pinto, membro do TAP, aproveitou para anunciar que o grupo pombalense vai começar a trabalhar num novo projecto com José Carlos Garcia, director artístico do Chapitô, actor e encenador, cujo trabalho foi descrito como sendo “muito visual, à base de corpo, muito estético”. Ficou apontada para o final de Abril a apresentação deste novo desafio agarrado.
Programa:
No dia 10, sexta-feira, pelas 21h30, a Ajidanha apresenta “À Deriva”, com encenação de José Carlos Garcia e Nádia Santos, numa adaptação livre do texto teatral “Em Alto Mar”, de Slawomir Mrozek, a partir do qual se pretende criar uma dramaturgia própria, uma linguagem cómica e visual, capaz de dialogar com a profunda crise de valores (sociais e institucionais) em que o país e o mundo estão mergulhados.
A Companhia de Teatro Poucaterra sobe ao palco do Teatro-Cine no sábado, pelas 21h30, com a peça “Sobre a Mesa de Cabeceira”, com encenação de Rafael de Amaral Vergamota, num drama que retrata a decadência de uma família de pescadores e as relações que se estabelecem, fortemente marcadas por abusos e violência na infância.
O Encontro de Teatro encerra no domingo, dia 12, pelas 21h30, com o espectáculo “Panza e De La Mancha”, pela companhia O Nariz – Teatro de Grupo, com encenação de Pedro Oliveira, a partir da obra “Dom Quixote”. A acção transcorre em diferentes lugares de um centro de correcção que pode ser uma prisão, um hospital psiquiátrico ou algo semelhante.