Manda a tradição que o ano se inicie, em termos culturais, com mais um Encontro de Teatro do Teatro Amador de Pombal (TAP). Este não é excepção, com a 11ª edição desta iniciativa a realizar-se já este fim-de-semana. E à boleia de duas das peças que poderão ser vistas, pode-se também dizer que este encontro servirá para assinalar os 500 anos do nascimento de Camões, que se celebram este ano.
O Encontro de Teatro foi apresentado em conferência de imprensa, realizada no Teatro-Cine de Pombal. O molde tradicional mantém-se. Três dias, três espectáculos, três companhias diferentes. Tem sido assim desde a primeira edição e nem a pandemia alterou essa premissa. Segundo Humberto Pinto, do TAP, na génese desta iniciativa estava a partilha de experiências com outras companhias com quem o grupo de teatro pombalense tem afinidades ou por quem tem sido convidado a actuar. Este ano, as companhias convidadas são O Nariz, de Leiria, e Talvez às Quatro, dos Açores. E se a companhia leiriense já não é novata em Pombal, a açoreana irá fazer a sua estreia.
O Encontro arranca esta sexta-feira, dia 12, com a apresentação de “Agripina a Menor”, pel’O Nariz Teatro. Trata-se de um monólogo, interpretado por Isabel Muñoz Cardoso, baseado em relatos de historiadores do primeiro século da nossa era, contando factos históricos da época dos cinco primeiros imperadores romanos.
No dia seguinte, a companhia açoreana, que vem de uma escola de Angra do Heroísmo, mostra “Lusíadas, por mares nunca antes navegados?!”. Uma peça que tem uma particularidade curiosa. Foi construída com base na peça “Lusíadas?”, do TAP, que a companhia pombalense estreou em 2017 e que vai voltar a apresentar no domingo. O espectáculo que tem sido levado a várias partes do país, já com mais de 50 apresentações, brinca com a obra de Camões, transformando-a numa comédia de proporções épicas. É isso que também se espera da versão que a companhia Talvez às Quatro irá mostrar no Teatro-Cine. Humberto Pinto diz-se “curioso” para ver “de que forma eles pegaram no nosso texto e o reinterpretaram”. As sessões dos dias 12 e 13 têm início às 21h30 e a de domingo começa às 16h. Todas têm um custo de entrada de 2 euros e realizam-se no Teatro-Cine de Pombal.
A conferência de imprensa de apresentação contou com a presença dos presidentes do Município e da Junta de Freguesia de Pombal. Pedro Pimpão disse acreditar que “o concelho é muito mais rico por ter um TAP com o dinamismo que tem”, enquanto Carla Longo enalteceu o trabalho da companhia teatral pombalense. Afinando pelo mesmo tom, ambos apelaram à população para que compareça nesta iniciativa e que vá ao teatro.