Escultora indignada com destruição das ‘árvores vivas’ no castelo

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Judite da Silva Gameiro está indignada com a decisão da Câmara de Pombal de remover algumas das “árvores vivas” que tinham sido criadas na mata do castelo. A directora artística da Associação Rua Livre, autora daquelas esculturas, lamenta que “o maior vandalismo ao seu trabalho” tenha sido feito “pelo próprio município”.

O trabalho daquela artista com projecção internacional, natural de São Simão de Litém, consistiu em transformar as árvores da mata do castelo derrubadas pela tempestade em jardins esculpidos, dando-lhes vida através da “poesia, beleza, paz e amor”. Um projecto custeado pela Câmara Municipal, que já tinha incluído a organização de um evento integrado no festival “Músicas e Muralhas”, designado por “Ressonâncias Nocturnas”.

As “árvores vivas” acabariam por serem apresentadas ao então secretário de Estado da Cultura aquando da cerimónia de reabertura do castelo ao público, em Abril de 2014.

No entanto, a 10 de Dezembro, numa deslocação ao local, a artista ficou estupefacta com o estado em que se encontravam as suas obras, uma delas completamente destruída e a árvore cortada.

Ana Gonçalves, vereadora da Cultura, esclarece que “o facto de as esculturas estarem instaladas ao ar livre e sujeitas a variações climáticas, tem provocado uma deterioração natural”, pelo que “acordámos com a escultora proceder à remoção das esculturas” para recuperação das caras esculpidas em cerâmica.

Porém, Judite da Silva Gameiro é peremptória quando afirma que no início do trabalho ficou acordado que a autarquia “devia fazer a manutenção das obras com o conselho e a colaboração da artista”, mas “essa manutenção não se fez”. E, acrescenta que nunca foi informada de “qualquer estrago ou de uma vontade em melhorar e preservar as esculturas”.

ORLANDO CARDOSO (texto e fotos)

Notícia mais desenvolvida na próxima edição impressa.