O Partido Socialista de Pombal promoveu, no dia 11 de Abril, uma visita de trabalho à Freguesia de Almagreira, num roteiro que incluiu a visita a um caminho que serve de percurso alternativo para muitos peregrinos, mas cujas dimensões e condições do terreno não apresentam condições para aqueles que caminham até Fátima. A esta circunstância junta-se o facto de, há cerca de um ano, perante as queixas de que havia dificuldade de entrar em acordo com os proprietários para permitir o alargamento do caminho que liga a Rua das Cavadas (Assanha da Paz) à EN237 (Sazes), Carlos Oliveira, agora membro da assembleia, mas à data enquanto cidadão, ofereceu-se para tratar do assunto e pôs mãos à obra. Falou com os 25 proprietários, que assinaram a declaração de cedência gratuita do terreno necessário, cortou a madeira que estava na área de alargamento, que será de 6 metros ao longo de 1400 metros. “Num mês ficou tudo pronto”, confirmou, “assim o pior já está feito, agora falta é a máquina para abrir a estrada”. Já falou com o presidente de junta, “que disse que não podia fazer nada, para eu ir à câmara com um conjunto de pessoas”, com o próprio presidente da câmara, vereadores e até um técnico da autarquia que lhe disse que esta intervenção estava para esperar.
Contactado pelo Pombal Jornal, Fernando Matias, presidente da Junta de Almagreira, esclareceu que “em relação ao troço Cavadas – Pinheirinho, desde o primeiro instante nos empenhamos na sua requalificação, nomeadamente diligenciando junto da Câmara para a sua abertura”, assinalando que “temos sido informados que existem prioridades mais prementes, nomeadamente a manutenção dos existentes preparando-os no seu esforço na proteção e defesa da floresta”. Informou ainda que no passado 20 de Março, em resposta à solicitação da câmara para que fossem apresentados quatro caminhos florestais prioritários para requalificação “a Junta colocou em primeiro lugar dessa lista o troço do caminho dos Peregrinos”, sendo esta “uma das preocupações permanentes onde procuramos as melhores soluções para a nossa Comunidade, respeitando o planeamento da Câmara, alertando para a importância das nossas necessidades”. Humberto Lopes, membro do executivo, acrescenta ainda que além da colocação de estacas que delimitam actualmente o a caminho, o executivo “também se empenhou na obtenção do acordo dos proprietários dos terrenos confinantes, em estreita parceria com os referidos dois voluntários dos Barros da Paz que procederam à recolha das assinaturas e promoveram o abate das árvores, tarefa para a qual a Junta de Freguesia de Almagreira também contribuiu com um apoio monetário”.
PS questiona se demora estará relacionada com caulinos
Marlene Matias partiu em defesa da posição de Carlos Oliveira, porque “isto é muito desagradável porque foi o Carlos que deu a cara perante os proprietários e é lógico que é a ele que os proprietários perguntam quando é que isto é feito”.
Também Carlos Lopes, líder da concelhia socialista, considerou a situação de grande gravidade, por vários aspectos. Por um lado, as “condições miseráveis” num caminho por onde circulam peregrinos, a atitude do presidente da junta “que em vez de ser o primeiro a ajudar a população a resolver o problema, tem uma atitude de total inércia e já parte derrotado para as questões”, e a demora da câmara “que não se percebe e demonstra uma atitude desleixo, e mesmo, falta de respeito”. Carlos Lopes notou ainda que a população teme que esta demora esteja relacionada com a exploração de caulinos e possível passagem de veículos pesados naquela estrada.
Segundo fonte do Gabinete de Apoio ao Presidente da Câmara, foi garantido que “esta questão nada tem a ver com a exploração de caulinos”. Foi ainda garantido que o caminho se encontra transitável, mas será alvo de melhoramentos. Quanto ao alargamento, só será efectuado quando for possível fazer a alocação dos meios para esse efeito, dado que, segundo a autarquia, foram definidas prioridades e há procedimentos a decorrer noutras vias onde estão a seu utilizados os meios disponíveis.
ANA DE JESUS