Arlindo Gomes de Carvalho, ex-presidente da Assembleia Municipal de Alvaiázere, foi condenado, na passada segunda-feira, a seis anos de prisão por burla qualificada e fraude fiscal, num processo que foi, também, condenado a 12 anos de prisão, o ex-presidente do BPN, Oliveira e Costa, entre outros arguidos.
Em causa estavam ilícitos relacionados com a aquisição de terrenos, através de crédito obtido junto do Banco Português de Negócios (BPN), num valor superior a 50 milhões de euros. Este caso é um dos processos extraídos do dossier BPN, que já levou à condenação de Oliveira e Costa a 14 anos de prisão no julgamento do processo principal do caso BPN, mas a decisão, alvo de recursos, ainda não transitou em julgado.
Numa súmula lida em cerca de uma hora, a juíza Maria Joana Gracio classificou os arguidos como pessoas que cometeram crimes com um “grau de ilicitude elevadíssimo” e que “brincaram com o dinheiro do cidadão cumpridor e em quem confiou no banco e nos seus administradores”.
O tribunal entendeu ainda que houve uma “utilização desgovernada e despudorada do dinheiro e que essa conduta não pode passar impune”.
Sobre Arlindo Carvalho, ex-ministro da Saúde e ex-secretário de Estado da Segurança Social, o tribunal disse que este teve “condutas que revelam oportunismo, ganância e sem escrúpulos”, tendo beneficiado de quase dois milhões de euros ao assumir posição de “testa de ferro” em vários negócios.
O advogado João Nabais também já disse que iria recorrer da condenação de seis anos de cadeia do alvaiazerense de 73 anos de idade.