EXAME FINAL | De 0 a 20

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Nota 5 – Época de incêndios: Com a chegada do calor chegam os incêndios e em início de época já há lamentar vítimas mortais, bombeiros que perderam a vida numa guerra inglória, numa guerra que parece ninguém querer ver terminada, tal é o desleixo com que se tem tratado a nossa floresta. Já o escrevi e volto a escrever, que (ingenuamente) pensei que a tragédia bíblica vivida em 2017 teria uma única mais-valia: colocar o país a trabalhar numa solução séria para o ordenamento da sua floresta. Nada disso! Se formos ao norte do distrito de Leiria verificamos que a floresta está tão ou mais abandonada do que em 2017, aquilo que poderia ter sido um projeto piloto de gestão e organização florestal, tornou-se novamente num imenso barril de pólvora. Como se não bastasse esta incapacidade de resolver a génese do problema, ainda temos um modelo de proteção civil extremamente burocrático, onde se têm feito mais alterações de forma do que de substância, e onde – ao contrário daquilo que alguns querem fazer crer –, nos continuam a valer os nossos bombeiros.

Nota 10 – União Europeia: Este é um tema que nos tempos Covid aqui tenho abordado com frequência: o papel decisivo e derradeiro do projeto europeu no combate à pandemia e, neste caso, às suas consequências económicas, financeiras e sociais. O resultado da longa cimeira de líderes da UE não é extraordinário, mas é um bom princípio e resulta de um difícil equilíbrio entre duas diferentes visões de sentir e viver o projeto europeu. Vai chegar dinheiro aos países, seja a título de empréstimo, seja a fundo perdido, tudo para combater a(s) crise(s) Covid e pós-Covid. Estou certo que infelizmente isto ainda mal começou e que a UE terá de intervir mais vezes, para responder às necessidades dos estados-membros, mas também por interesse próprio, ou seja, para não continuar a perder terreno para as conceções eurocéticas.

Nota 13 – Assembleia Municipal: Confesso que apreciei a última assembleia municipal, que decorreu num timing difícil a todos os níveis. O tema da fixação de uma unidade da Lusiaves na Guia demonstra que os eleitos são verdadeiros representantes de quem os elege, preterindo sempre que necessário a rigidez partidária em prol daquilo que entendem ser os interesses das suas populações. E ninguém fica indiferente a isso, porque acredito que se for possível almejar uma solução que conjugue o interesse municipal, com o interesse do investidor e as preocupações da população, todos se empenharão para atingir tal objetivo. Na Assembleia também ficou patente que o PSD continua forte, respondendo de cabeça erguida à moção de censura apresentada pelo PS. Não procurou branquear os factos dos últimos tempos, mas mostrou estar preparado para continuar a dar um futuro melhor a Pombal.

Nota 17 – Projeto L.U.I.S.A.: A Santa Casa da Misericórdia da Redinha tem sido um exemplo na capacidade de diversificação das suas valências e das suas fontes de financiamento, através da submissão de candidaturas às mais diversas entidades. Mas quero destacar o Projeto L.U.I.S.A., um projeto idealizado por quem lhe oferece o nome, uma mulher que dedicou a sua vida ao apoio ao próximo, uma mulher que foi uma lutadora e que nos momentos mais difíceis da sua vida idealizou um projeto com uma intervenção diferenciada no processo de luto, diagnóstico de doença oncológica e/ou traumas. Com este projeto é perpetuada a memória da Luísa Sacramento e torna-se possível a criação de uma nova, diversificada e inovadora resposta social no nosso concelho, com o apoio de vários parceiros públicos e privados.


João Antunes dos Santos, Advogado, Deputado Municipal PSD e Presidente JSD Distrital Leiria
joao@antunesdossantos.pt