Será este (assim o espero!) o fio condutor de um conjunto de crónicas que agora tem início. Calma! Tranquilizo desde já o respeitável leitor que não irei discorrer sobre iniciativas promocionais nas bebidas, ou dedicar-me à elaboração de um roteiro de bares onde podemos encontrar álcool grátis. Pelo simples facto de que haverá pessoas mais habilitadas do que eu para o fazer.
Pretendo acima de tudo, ao longo de um conjunto de textos que espero interessantes, descomplexados e uteis para quem os ler, descer a um princípio básico de que, nas incontáveis decisões que tomamos ao longo da nossa vida, não encontraremos nunca “almoços grátis”, é certo, contudo, a bebida que está incluída pode fazer a diferença, valorizar muito essa importante refeição e ser afinal gratuita! E por isso há que a destacar! Sem exageros, claro!
A utilização da expressão “não há almoços grátis” ficou popularizada em 1975 no título de um livro escrito por um importante economista liberal, já falecido, galardoado com o Prémio Nobel, Milton Friedman, referindo-se ao facto de que qualquer coisa que obtenhamos, ter sempre implícito um sacrifício, um dispêndio, em suma: um “custo de oportunidade”! Todos nós sentimos isso em qualquer decisão da nossa vida, desde a mais quotidiana, banal, rotineira até à mais estrutural ou importante da nossa existência. Veja-se o casamento: a decisão de ficar amarrado (ou “juntinho”, para ser mais romântico) a alguém em quem só encontramos enormes virtudes, por um período de tempo bastante razoável (eterno, quiçá, para os mais católicos ou utópicos) tem um custo, por muito difícil que seja de avaliar na véspera do enlace, mesmo sem o efeito da bebida…
Mas porque não fazer antes uma análise sob o prisma do copo “meio cheio”, em detrimento da análise, quiçá mais mediática e facilitista, do copo “meio vazio”? Porque não relevar nas novas soluções que todos os dias surgem no mercado a maior qualidade, a poupança ou o rendimento extra que geram, ou seja o verdadeiro acréscimo líquido de valor? Desde a internet das coisas, passando pelo poder das plataformas digitais, até aos casos mais simples de empreendedorismo social que aqui e ali vão despontando e trazem esperança e felicidade a franjas desfavorecidas da população, para quem “nada” significa mesmo nada (sem aspas)!
É nisso que pretendo focar a minha atenção e mostrar ao leitor ao longo das próximas crónicas: as inúmeras coisas novas que vamos concebendo neste nosso mundo, onde o benefício material global obtido, em muito, ultrapassa o gasto ou o investimento (individual ou coletivo) necessário para aceder a elas: a tal bebida grátis no conjunto da refeição!
Contudo, como diria a minha Avó Preciosa, é sempre importante tomar alguns cuidados com a bebida: “Se acontece algo de mau, bebe-se para esquecer; se acontece algo de bom, bebe-se para celebrar, e se nada acontece, bebe-se para que aconteça qualquer coisa!” Que (lá está), para ser coerente, esperemos que valha a pena!