HIC ET NUNC | A coragem

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Todos nós na nossa vida pessoal ou profissional temos de optar e tomar decisões sobre os mais diversos temas ou situações, algumas banais, mas outras mais importantes ou determinantes para o nosso futuro. A nossa valentia perante uma ameaça, a nossa pujança perante um flagelo ou o ânimo e determinação demonstrados na realização de uma qualquer função, são exemplos dessa virtude humana que se traduz na capacidade de agir, apesar da consciência do medo ou da intimidação que sintamos.
Confúcio, pensador e filósofo chinês do século V a.c., que se dedicou à moralidade pessoal e governamental, aos procedimentos corretos nas relações sociais, à justiça e à sinceridade, escreveu: “saber o que é correto e não o fazer é falta de coragem”.
Já Winston Churchill, um dos maiores políticos mundiais do século XX, disse:
“a coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras”
Quando se tem maior responsabilidade e principalmente quando se desempenham funções públicas é fulcral ter a ousadia de, com sensatez, conhecimento e determinação, dizer a verdade.
Todos os políticos em funções tomam milhares de decisões com regularidade, as quais, para além de determinarem o seu futuro político determinam o futuro do País ou da sua comunidade. Essas escolhas podem estar inseridas na gestão diária do órgão político em causa ou significar algo mais relevante como sejam a execução de reformas ou de investimentos.
Uma das reivindicações mais ouvidas por alguns fregueses não residentes na freguesia de Pombal é o alargamento da rede Pombus a esses territórios. Esta medida teria uma influência determinante na mobilidade das pessoas, no desenvolvimento de certas localidades e por consequência na fixação da população. Será viável o alargamento da rede Pombus a todo o concelho nos moldes em que funciona na freguesia de Pombal? NÃO! O alargamento do Pombus a outras freguesias implicará sempre a alteração do modelo atual, com redução do número de paragens e com a concentração das linhas em redor das sedes de freguesia de onde poderão partir ligações à sede de concelho.
O consumo de água canalizada é nos nossos dias uma comodidade da qual não abdicamos. Sendo algo que usamos com grande banalidade, esquecemo-nos do custo ocorrido com a captação, tratamento e transporte desse bem precioso. Além disso, temos muitas vezes consumos abusivos e despropositados que em nada ajudam a alcançar o objetivo que deve ser de todos, de garantir este recurso para o futuro. Qual a solução? Aumentar significativamente o preço a pagar pelos munícipes acima de determinado consumo per capita, não sendo uma medida popular é certamente uma medida necessária!
Em muitas cidades e vilas Portuguesas temos centros históricos com muito valor arquitetónico que é obrigatório preservar em nome da nossa identidade e porque esse património pode muitas vezes incrementar o potencial turístico dessas localidades. No entanto, nem tudo o que está edificado nessas “zonas sagradas” é considerável património arquitetónico e desejável de ser preservado e protegido. Pombal, Louriçal, Redinha e Albergaria dos Doze são exemplos no nosso concelho de situações nas quais edifícios de grande valor coabitam com algumas aberrações que em nada são merecedoras de proteção ou conservação. Temos que ter a coragem e a ousadia de em nome da herança cultural deixada pelo nosso Marquês, de definir projetos de intervenção nessas zonas que as transformem em partes integrantes da nossa vida, com acessos e espaços públicos modernos que permitam a sua fruição. Se for necessário demolir umas dezenas de habitações, alargar umas ruas e fazer desaparecer uns quarteirões, que assim seja!
Estes são apenas alguns dos exemplos nos quais a coragem deve estar presente, a coragem de agir, de falar a verdade, de enfrentar a realidade e de inovar, é disso que precisamos!

                                    Telmo Lopes
Presidente concelhia CDS-PP
#queremosresponderaospombalenses