A palavra democracia tem origem na língua grega e surge da junção de duas palavras, “Demos “ que significa Povo e “Kratos” que significa poder.
Neste sistema político o poder advém da vontade dos cidadãos, que têm a possibilidade de escolher os seus governantes através do voto. Pode ser democracia direta como quando elegemos o nosso representante nas Eleições Presidenciais, ou democracia representativa quando votamos num conjunto de mandatados conforme o exemplo da Assembleia da República.
O nascimento da democracia a 25 de Novembro de 1975 ocorre após o período de grave convulsão social e política que se seguiu à queda da ditadura Salazarista.
Nos anos seguintes assistimos à consolidação de alguns partidos já existentes, ao surgimento de novos projetos e ao desaparecimento de outros; todos procuraram encontrar a sua identidade e ocupar o seu espaço no panorama político português.
Os partidos devem ouvir as pessoas, escutá-las, procurando perceber as suas necessidades e os seus desejos. Desse levantamento, deve-se selecionar o que é adequado à realidade e por isso concretizável e o que não passa de utopia.
Ao fim de 45 anos de democracia é tempo para parar e assumir que a 3ª República está “ligada ao ventilador”, não pela pandemia em que vivemos, mas porque neste momento não corresponde ao anseio dos cidadãos. Para além da corrupção e do nepotismo, há falta de adesão do discurso à realidade. Se a nível local ainda existe alguma proximidade aos cidadãos, a nível nacional os dirigentes vivem em bolhas de realidade virtual; rodeiam-se de camaradas partidários, amigos e familiares, nos quais supostamente podem confiar; quando saem da sua redoma, vão devidamente assessorados para só verem o que interessa e só falarem com quem devem; muitos, pautam as suas decisões e ações governativas pela popularidade das mesmas. Dificilmente falam verdade e não raras vezes mentem de forma descarada ou subvertem a realidade de forma a não assumir responsabilidades. Não possuem um discurso claro nem um projeto para o País, navegam à vista sempre com o objetivo de manter o poder. Nomeiam quem tem o cartão de militante não privilegiando a meritocracia; afastam do seu seio quem tenta mudar algo.
Paralelamente a este panorama político medíocre, temos uma justiça que não funciona; as decisões demoram para além do que é aceitável e algum excesso de garantismo existente apenas protege os mais poderosos. Também nesta área as nomeações partidárias e as tentativas de controlo político vão-se repetindo de forma vergonhosa.
O ventilador até ao momento tem sido o funcionamento do Estado social, que vai alimentando a democracia, silenciando de forma alternada clientelas e descontentes, às vezes os mais necessitados. Mas o ventilador precisa de energia para funcionar, precisa do financiamento oriundo dos impostos que a economia é capaz de pagar; mas a economia está cansada de sustentar um Estado que pouco ou nada resolve e que tudo dificulta.
“Vem aí a bazuca”, dizem!
Pois bem, a situação do País é responsabilidade de TODOS e é igualmente OBRIGAÇÃO de TODOS salvar a democracia moribunda.
Se nada mudar, o ventilador continuará a sua função enquanto houver “bazuca” mas quando esta terminar desligar-se-á, piiiiiiiiiii…………!
Telmo Lopes
Filiado do CDS-PP de Pombal
Responsável comercial
*Artigo de opinião publicado na edição impressa de 11 de Fevereiro