O partido do Centro Democrático e Social (CDS) nasceu da convulsão social vivida em Portugal nos tempos da ditadura e que resultou na transição do regime do Estado Novo (autoritário) para a implantação do regime Democrático na revolução de abril de 1974.
Foi assim que a 19 de julho de 1974, pela mão de Diogo Freitas do Amaral, Adelino Amaro da Costa, Basílio Horta, entre outros, foi fundado o partido que assumiu desde cedo um papel de componente transformadora. Foi nessa lógica que votou contra o primeiro texto da Constituição a 2 de abril de 1976, quando integrou a assembleia constituinte com 16 deputados eleitos (únicos não socialistas).
Terminada a missão da assembleia constituinte, a participação do CDS no fortalecimento do regime democrático em Portugal, variou no Parlamento entre os 42 deputados (1976) e os 4 (1987), alternando as suas responsabilidades entre o papel de oposição e o de governação quando a isso foi chamado.
É por isso que o CDS não é um partido qualquer.
O CDS é, e será, um partido estruturante no sistema político nacional e terá sempre um importante papel na sociedade portuguesa. Um partido que deu a conhecer nomes como Adelino Amaro da Costa, Diogo Freitas do Amaral, Adriano Moreira, Paulo Portas, Assunção Cristas, Pires de Lima, Adolfo Mesquita Nunes, Pedro Mota Soares, Nuno Melo, entre tantos outros, só se pode orgulhar da sua história e tem de olhar para o futuro com esperança e com a responsabilidade de honrar o legado adquirido.
É neste quadro que o CDS vai escolher no próximo fim de semana de 25 e 26 de janeiro o seu novo líder.
Fruto do último resultado eleitoral, o momento reveste-se de extrema importância e deve ser visto, e vivido, como grande serenidade, tão necessária para ser feita uma avaliação séria e sensata de um partido oriundo da democracia, como o é, o CDS.
Acresce mais a essa necessidade se olharmos para a sua matriz fundadora, assente na democracia cristã e com valores baseados na lógica humanista personalista onde o ser humano é sempre a sua principal preocupação.
É por isso tudo que o CDS não é apenas mais um partido do sistema democrático. É por isso tudo que o CDS tem de reencontrar-se consigo próprio, e consequentemente com os portugueses. Se assim acontecer, voltaremos a ter um CDS plenamente alinhado com os seus valores e poderá voltar, dessa forma, a ser um partido merecedor da confiança dos portugueses. É preciso que os portugueses vejam no CDS uma casa que também é sua. É por isso que o momento é acima de tudo, de enorme responsabilidade.
Por Portugal e para Portugal.
Pedro Miguel Silva Pinto
Presidente da Concelhia do CDS-PP de Pombal
*Artigo de opinião publicado na edição impressa de 23 de Janeiro