Hoje mesmo o Primeiro-Ministro António Costa afirmou que a luta contra a pandemia tem demonstrado a importância e vitalidade do SNS. Como político experimentado e astuto que é, ignora prepositadamente os milhares de consultas, diagnósticos, rastreios e outros actos médicos não realizados durante todos estes meses. Ignora a ajuda que o SNS (público), obteve junto do sector social e privado em todo este percurso. Ignora porque ao fazê-lo pode celebrar a vitória do Estado. Pasme-se, o mesmo Estado que não previne incêndios, que não prepara festejos de campeonatos, que tem uma justiça morosa e ineficaz, que nada faz para prevenir a falta de docentes no ensino, tem um SNS super competente e preparado!?
Em Março de 2017 os autarcas da região de Pombal juntaram-se a alguns cidadãos e reclamaram em marcha lenta automóvel a requalificação do troço Meirinhas – Pombal da denominada N1/IC2. Em Fevereiro de 2018 a Câmara Minicipal de Pombal chegou a entendimento com a IP – Infraestruturas de Portugal, sobre as responsabilidades de cada entidade na elaboração do projecto de requalificação. No início de 2019 é publicado o concurso público para o desenvolvimento do projecto de execução da referida obra, com o elaboração dos pormenores relativos às alterações preconizadas pela autarquia, nomeadamente a construção de cinco rotundas e de duas passagens inferiores de peões.
Já em Março deste ano foi publicado concurso referente à requalificação da estrada entre a rotunda de acesso à zona industrial da Formiga e o Largo do Cardal, incluindo o viaduto Engenheiro Guilherme Santos. Nesse dia foi divulgado que a própria zona industrial terá em breve um projecto de reforma que incluirá novos arruamentos.
Desde que o projecto inicial da Infraestruturas de Portugal foi concluído passaram cinco anos. Foi necessário alterá-lo, ok! Aproveitamos para melhorar os acessos à zi da Formiga e os acessos à cidade, ok! Mas para isto são precisos cinco anos? E obra, nem miragem dela!
Tudo isto decorre em marcha lenta, muito lenta.
Possivelmente em breve teremos um governante a anunciar mais uns milhares de milhões para uns quantos projectos, muitos deles já em curso, outros já lançados algumas vezes e outros que não passarão de flop’s.
Quando é que o Estado deixa de estar em marcha lenta e começa a funcionar? Quando é que o Estado deixa de mentir aos cidadãos e cumpre o que promete? Quando é que o Estado faz aquilo para que lhe pagamos? Nós temos um contrato com o Estado mas este é Juiz e Réu ao mesmo tempo.
Queremos mudanças, de atitude e de responsabilidade. Queremos exigência e rigor. Queremos que cumpram as suas promessas e obrigações!Não queremos mais marcha-lenta!
Telmo Lopes | Responsável Comercial | Militante CDS-PP
*Artigo de opinião publicado na edição impressa de 03 de Junho