No passado dia 17 participei na cerimónia da 1ª Comunhão da minha filha na qual estiveram presentes perto de 1000 pessoas, a maioria familiares e padrinhos das crianças que receberam esse Sacramento. Estes meninos e meninas frequentaram a catequese até ao 3° ano onde deverão ter aprendido a base de uma educação Cristã, que entre outros princípios engloba os 10 mandamentos, os 7 pecados mortais ou o respeito e amor pelo próximo. Pois nessa cerimónia senti-me desrespeitado. Não por nenhum petiz mais irrequieto ou por um bebé brincalhão, mas sim por alguns adultos que estando presentes se mantiveram alheios de tudo o que os circundava utilizando o seu telemóvel para receber e enviar mensagens, jogar, ver redes sociais ou mesmo atender chamadas. Quando estamos num local é porque queremos, somos livres de estar, mas somos obrigados a respeitar a ambiência, as regras e o protocolo.
Nos últimos dias os preços dos combustíveis e de outras fontes de energia atingiu valores horripilantes, insuportáveis para a maioria dos cidadãos que ganhem de forma honesta a sua vida e que principalmente não tenham passe social e transportes a um décimo do valor que deviam pagar. Para atenuar os efeitos desta despesa o Governo, benemérito, decidiu oferecer 0,1€ por litro com o máximo de 50€ por mês por família, mas não em desconto direto, calma, em e-voucher. Desrespeito total da igualdade entre cidadãos e uma forma de apaziguar algumas almas mais distraídas.
O respeito pelo próximo é algo que deve estar sempre presente nas nossas vidas, no café, no cinema, na esplanada no trabalho, no trânsito, sempre que estamos acordados e sempre que não estamos em meditação no alto de uma falésia, isolados do mundo.
A falta de respeito, o incumprimento de promessas, a mentira ou a manipulação da verdade estão de tal forma enraizados na nossa vida quotidiana que tudo é permitido e tolerado.
Um repto ao leitor, se cada um de nós melhorar a sua postura para com a comunidade conseguiremos seguramente uma sociedade mais justa, mais inclusiva e com mais qualidade de vida para todos.
Não estejamos sempre à espera que sejam os outros a resolver os problemas, de arma em punho para criticar mas sem coragem para participar na mudança.
A nossa sociedade precisa da participação de todos, não com crítica gratuita ou desrespeitadora mas sim com ação construtiva e colaborante.
Tentemos todos estar à altura deste DESAFIO!
Telmo Lopes
Militante do CDS-PP
24 de outubro de 2021
*Artigo de opinião publicado na edição impressa de 28 de Outubro