Quando o parecer é uma obsessão, os interesses dos munícipes/fregueses passam para um
plano secundário. A dinâmica que é imposta pelo executivo na realização e organização de eventos, é meritória e de salutar. E nesta matéria, existe uma preocupação singular em manter o Concelho de Pombal numa das "Ligas Municipais" mais competitivas.
Quão melhor estaríamos se essa mesma dinâmica e entusiasmo primassem no assumir de
responsabilidades e tomadas de decisão que visem o desenvolvimento socioeconómico do
nosso concelho de forma sustentada e equilibrada.
Para que o concelho prospere, seria necessário ter uma visão mais abrangente e olhar o
concelho na sua globalidade. Delinear estratégias com ponderação e sensibilidade, o que
infelizmente não se vislumbra. Esta falta de ponderação e sensibilidade está bem patente desde logo na edificação e execução de obras de natureza pública (Centros Escolares, IC2, entre outras), quando são alocadas/usadas verbas avultadas que poderiam ser investidas/canalizadas para zonas mais desfavorecidas, contribuindo assim para a sua promoção, por forma a permitir a captação de investimento, a fixação de famílias, justificando assim as novas edificações.
Que transparecem preocupações muito válidas? Inquestionável! Que a execução e/ou os encargos com a maioria dos casos não são da responsabilidade direta do Município? Sem dúvida! Que em alguns dos casos, revelam uma incapacidade de reivindicar e apresentar argumentos válidos para chamar à razão as entidades/organismos a assumirem as suas responsabilidades? Sim. Aliás, ainda que sem qualquer interpolação ou pedido de esclarecimento, este executivo não perde oportunidade para se repetir sistematicamente naquilo que é o justificar destas decisões e investimentos.
Quando não é solicitado o esclarecimento/justificação, e há esta necessidade de o fazer,
porque será? Para tentar passar a mensagem que o executivo vai muito para lá daquilo que são os exercícios de mera gestão corrente de um município?
Será uma forma estratégica de condicionar/bloquear o reivindicar de investimento onde ele
urge ser feito? Não estará o Concelho de Pombal a ficar refém desta aparência?
É preciso pensar nisto, é preciso pensar “Hic et Nunc” (latim, “aqui e agora”).
Artur Jorge da Silva Brás
Membro da Assembleia de Freguesia de Meirinhas pelo CDS-PP de Pombal
*Artigo de opinião publicado na edição impressa de 25 de Abril