HIC ET NUNC | Estratégia ou falta dela

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Aproxima-se a passos largos o final de mais um ano civil, no caso em concreto, o ano 2019. Com esse fim próximo, manda o calendário político reunir com os representantes dos cidadãos do concelho de Pombal em assembleia municipal (AM). Nessa AM, são discutidos e votados o orçamento para o ano seguinte (2020) e as grandes opções do plano (GOP) num horizonte de 4 anos, naquilo que é suposto ser a evidência da estratégia municipal proposta pelo executivo para o desenvolvimento social e económico do concelho.
Ora, a maioria dos municípios portugueses, mais do que estarem presos ao tempo do “cimento” e do “alcatrão”, estão hoje preocupados em garantir para os seus territórios a instalação do maior número de empresas gerando criação de emprego e consequentemente a fixação de pessoas. A maioria dos municípios portugueses está hoje preocupada com o registo de produtos endógenos ou na inscrição de lugares distintos como “marca identitária” de forma a potenciar o interesse de visita ao seu território, aproveitando todas as oportunidades para desenvolver, à sua dimensão, um verdadeiro e atraente roteiro turístico. Hoje, a maioria dos municípios está a fazer uma regeneração urbana que concorre para esse turismo, desenvolvem o comércio local, criam condições para a manutenção dos serviços de proximidade, tentam implementar uma mobilidade alargada, dar respostas aos novos problemas sociais (dos jovens e dos idosos), apostam numa educação moderna de preparação dos “homens do futuro” e para os desafios contemporâneos. Procuram garantir uma saúde estável com meios técnicos e humanos para o efeito.

o nosso executivo camarário teima em não descolar do passado apresentando uma estratégia (se é que existe), absolutamente “ultrapassada” e “gasta”

Mas por cá, enquanto tudo isso acontece na grande parte dos municípios portugueses, o nosso executivo camarário teima em não descolar do passado apresentando uma estratégia (se é que existe), absolutamente “ultrapassada” e “gasta”. Propõe fazer aquilo que de mais fácil há na tarefa de gerir os dinheiros públicos, isto é, transformar dinheiro em infra-estruturas, afastando-se claramente dos problemas emergentes do concelho sem sequer querer pensar sobre isso.
Se tal fosse feito, não teríamos o nosso desenvolvimento económico entregue aos tribunais (alargamento do parque industrial Manuel da Mota), não teríamos o desenvolvimento social reduzido à intervenção de meia dúzia de comissões, não teríamos na educação falhas graves até nas infra-estruturas, não teríamos na saúde outras tantas falhas, não teríamos no turismo apenas o objetivo de requalificar um parque de estacionamento de uma praia, não teríamos na mobilidade um afastamento cada vez maior entre o centro e a periferia, não teríamos na regeneração urbana um monte de calcário e cimento sempre em prejuízo dos espaços verdes, não teríamos de nos envergonhar com os investimentos do CIMU-SICÓ, Casa da Guarda Norte, Casa Varela, Museu Carlos Alberto Mota Pinto, Centro de Meios Aéreos, entre outros…
Talvez fosse bom refletir sobre isto. A bem do futuro de Pombal e a bem nosso futuro coletivo.

Pedro Miguel Silva Pinto
Presidente da Concelhia do CDS-PP de Pombal