Foi lançado esta semana, numa sessão pública organizada pelo município, o futuro plano estratégico para Pombal. Nessa cerimónia, o Eng.° Luís Mira Amaral, que enobreceu a mesma com a sua presença, fez uma reflexão sobre a importância das autarquias como agentes fundamentais no desenvolvimento económico dos territórios, com especial relevância para o papel que devem ter na transição energética.
Para além do seu papel de empregador intimamente ligado aos serviços que deve prestar, o poder autárquico deve saber interpretar o seu território e com esse conhecimento organizar as linhas de um plano de desenvolvimento.
Hoje, o Professor Adriano Moreira deixou o CDS e o País de luto. Humanista, defensor convicto dos direitos humanos, pensador com uma visão inovadora da sociedade, nunca perdeu a sua verticalidade nem prescindiu das suas convicções. Talvez por isso, a sua carreira política nunca lhe proporcionou o sucesso que merecia e para o qual tinha capacidades acima da média. A minha homenagem ao grande estadista.
É comum as pessoas mais conservadoras serem encaradas como tendo dificuldade em terem um pensamento inovador ou que fomente o progresso. Da mesma forma que as pessoas revolucionárias ou progressistas são vistas como inovadoras.
Para termos um pensamento sobre o futuro que se aproxime de uma visão estratégica do mesmo, temos que ter memória, conhecer o nosso território, saber quem somos e o que nos deferência. Tem sido comum a nível nacional e regional apostar em modelos de desenvolvimento que não passam de cópias de modelos aplicados noutras paragens. Os baixos salários, a grande indústria, o choque fiscal, as empresas tecnológicas, o turismo de massas, entre outros, têm sido replicados por esse mundo fora com maior ou menor sucesso.
Independentemente do mix utilizado, pois é disso que se trata, é fundamental potenciar os factores que nos distinguem de outros municípios ou regiões.
Pombal tem uma localização geográfica privilegiada com bons acessos rodo e ferroviários a grandes centros urbanos como Lisboa e Porto e às capitais de distrito mais próximas, Leiria e Coimbra. Tem actualmente uma oferta cultural satisfatória para a sua dimensão, tem tranquilidade e segurança, tem praia e serra, tem os serviços básicos essenciais, tem história, tem pois muito para oferecer. É chegado o momento de saber aproveitar estas e outras características desenhando um modelo de desenvolvimento que as potencie. Esse modelo deve ser construído com base em cada uma das nossas freguesias, considerando as suas especificidades e o seu potencial cultural, natural e gastronómico.
A nossa ruralidade tantas vezes vista como um sinónimo de atraso é em si mesma uma oportunidade. Desde que existam bons acessos físicos e digitais assim como os serviços mínimos indispensáveis, existem pessoas interessadas em se fixar nessas zonas assim exista a capacidade de promover o nosso território em meios como o Turismo, o teletrabalho, os nómadas digitais, as incubadoras de empresas ou os novos agricultores.
É fundamental reverter a desertificação do nosso território e neste particular os nossos emigrantes podem ser peças essenciais deste puzzle. Há que saber cativar os Pombalenses e seus descentes espalhados por esse mundo fora, a fixarem-se e a investirem no nosso concelho nas mais diversas áreas como o Turismo, a Indústria, a Agricultura ou a Pecuária. O investimento na construção ou nos serviços é importante, mas bastante redutor quando pensamos em criação de riqueza.
O ato de inovar significa a necessidade de criar caminhos ou estratégias diferentes, aos habituais meios, para atingir determinado objetivo. Inovar é inventar, sejam ideias, processos, ferramentas ou serviços. É preciso inovar mas sem esquecer quem somos.
#queremosresponderaospombalenses
Telmo Lopes
Presidente concelhia CDS-PP
*artigo de opinião publicado na edição impressa de 27 de Outubro