O Café Concerto, em Pombal, foi palco, no passado dia 22 de Abril, de um Torneio de Homenagem ao Mestre Internacional (MI) António Fróis, justificada pelo percurso de êxito no xadrez, mas também pelo apoio que, desde a primeira hora, tem dado à Oficina Xadrezista & Cultural Marquês de Pombal /Jrsf Lda. Para Jorge Barrento, coordenador deste projecto, o trajecto de 32 anos como profissional de xadrez faz com que o MI dispense apresentações, não fosse António Fróis “o único profissional de xadrez em Portugal, se não estou em erro”, acrescentando faltarem-lhe adjectivos “para o descrever e quantificar, tão vasto é o seu trabalho e percurso”, a que designa como “todo-o-terreno”.
Para lá da homenagem, a iniciativa foi, uma vez mais, o ponto de partida para reunir a família xadrezista que, tal como em outros eventos da Oficina, teve oportunidade de conciliar o gosto pela modalidade com apontamentos culturais. Enquanto se apuravam os vencedores, o público assistiu às intervenções de Laureano Pereira, a solo, e de João Pessa & Toninho Varela.
O melhor do torneio acabou por ser o Grande Mestre (GM) António Fernandes, que levou para casa uma tela oferecida e pintada por Estevão Santos, o mesmo autor da obra oferecida ao actual campeão nacional, no decurso do Open Internacional de Pombal. Contudo, a grande novidade da iniciativa foi a atribuição, pela primeira vez, do prémio Sub.2200 para o melhor jovem, tendo-se sagrado vencedor Hugo Ferreira. O xadrezista levou também para casa uma escultura de Nelson Lobo Rocha. “Várias vezes fui abordado sobre a atribuição dos prémios nos torneios que tenho vindo a realizar, esquecendo de certa forma os jovens (um mal comum)”, justifica Jorge Barrento. Para o mesmo evento foi igualmente criado o “Prémio Postura”, com destaque para três jovens “que bem podem servir de exemplo para alguns adultos”. Foram eles Daniel Silva, Bruno Martins e Artur Guia Eloy. O vice-campeão nacional Lucas Gonçalves, do Ginásio do Louriçal, também não foi esquecido.
Mas os prémios do torneio não ficaram por aqui. No âmbito do slogan que acompanha os eventos da Oficina Xadrezista “Conhecer Pombal à boleia de um xeque-mate”, foram também entregues obras literárias de Luísa Venturini; CD’s de artistas locais, como Leonel Mendrix e Ricardo Silva; cerveja artesanal pombalense Rolls Beer; e pastéis de nata da famosa pastelaria Filinata, entre outros. A PhotoChess também esteve presente, brindando mais de 40 xadrezistas com as suas fotografias.
A arbitragem ficou a cargo do Carlos Dias e Carlos Ferreira.
Jorge Barrento aproveita, ainda, para realçar que um dos objectivos destes torneios é a “hora do repasto, em mesa única, se possível, fomentando assim o convívio, o espírito de tertúlia, o debate, ideias e, porque não, o aparecimento de novos projectos”. No restaurante “O Tempero da São”, os xadrezistas e famílias deliciaram-se com as iguarias apresentadas.
Open da Queima das Fitas
Já noutro evento, de 28 de Abril a 1 de Maio, Coimbra foi palco de mais um Open Internacional da Queima das Fitas, evento integrado no Circuito Nacional de Clássicas da Federação Portuguesa de Xadrez 2016/2017.
Lucas Gonçalves e Jorge Barrento, xadrezistas do concelho, participaram no evento que teve a participação de 115 xadrezistas nacionais e internacionais. Ambos com uma prestação positiva, Lucas Gonçalves do Ginásio do Louriçal acabou por vencer o seu escalão (Sub.10), somando 3,5 pontos dos sete possíveis. Já o veterano Jorge Barrento, também do Ginásio do Louriçal, somou quatro pontos em sete, estando por três vezes na sala principal onde as partidas eram transmitidas para qualquer parte do globo, chegando mesmo à ronda final (7ª) com hipóteses de vencer o prémio do escalão 1700 ranking. Jorge Barrento ficou-se por um empate, depois de quase cinco horas de jogo, sendo a penúltima mesa a acabar. O veterano xadrezista optou, neste torneio, por aberturas ou defesas chamadas contra natura com o objectivo primordial de tirar partido do prazer do jogo em si, não preocupado com pontos ou classificações.
Lucas Gonçalves ficou na 56ª posição entre 115 participantes, Jorge Barrento ficou em 44º com os mesmos pontos do 31º, mas com pior desempate num grupo onde figuravam nomes como o MI Sérgio Rocha e o cubano Osvaldo Calzada.
Esta é a prova rainha do distrito de Coimbra que este ano apostou forte na arbitragem, saindo assim credibilizada para as futuras edições.