Ilha quer ser a maior Comunidade Rural de Energia Renovável

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A Comunidade Energética da Ilha submeteu, oficialmente, o pedido de licenciamento junto da Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG). Este é o primeiro passo para a população daquela aldeia poder aceder a energia mais barata.
No total, “esta comunidade tem a possibilidade de crescer a área de instalação de painéis solares até 10 mil metros quadrados de área no telhado”, refere um dos promotores da iniciativa, adiantando que “já estão formalizados mais de 30 aderentes entre particulares, empresas, associações e uma IPSS como consumidores”.
“Nos próximos dois meses serão instalados os painéis fotovoltaicos nas instalações do produtor”, salientou aquele responsável, antevendo “um excedente de produção para poder fornecer a estes primeiros aderentes até um limite de cerca de 100 consumidores”.
“Logo que houver autorização por parte da DGEG, os aderentes passarão a poder usufruir de um preço mais baixo do que possuem actualmente”, adiantou.
Luís Couto sublinha que o objectivo é que “hajam mais produtores e já existem mais organizações que estão dispostos a disponibilizar os seus telhados”. Atendendo a esta disponibilidade, aquele promotor prevê o aumento do “número de consumidores vizinhos num raio máximo de dois quilómetros”.
“Queremos crescer até aos 200 consumidores nas localidades da Ilha e lugares limítrofes, como é o caso dos Rosados, Escoura, Chã, Helenos, Água Formosa, Moital, Casal da Clara e Seixo”, salienta, frisando que “a grande motivação é que, sem qualquer investimento, todos possam ter grandes poupanças na factura, mesmo para quem já usufrui da tarifa social”. Afinal, “a tarifa a aplicar para a comunidade será de cerca do 50% do actualmente cobrado pelos fornecedores”.
Este é um projecto que já tem vindo a ser discutido desde 2019, altura em que passou a existir o enquadramento legal para as comunidades de energia renováveis, conta Luís Couto, convicto de que “este é um exemplo que gostaríamos que mais comunidades possam seguir e estamos disponíveis para partilhar a nossa experiência com a região, incluindo outros concelhos vizinhos para que possam ter grandes poupanças energéticas”.
De referir que a empresa Rewatt, especialista em autoconsumo fotovoltaico e comunidades de energia renovável, será a responsável pelo investimento e pela gestão de toda a comunidade energética.

*Carina Gonçalves | Jornalista