Instalação avícola indesejada na Água Formosa

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O presidente da Junta da Freguesia de Guia, Ilha e Mata Mourisca, Manuel Serra, na última reunião de Assembleia Municipal, alertou o executivo para o descontentamento crescente da população da Água Formosa quanto à ampliação da instalação avícola na Quinta da Formosa. Notou aquele que considera ter sido um “grave erro de classificar a área como de produção avícola”, e pediu a atenção para este assunto com forte impacto na comunidade.

Lembrou que a junta emitiu um parecer desfavorável à nova construção, apresentando como justificação “os maus cheiros que por vezes se registam na actual instalação avícola”, bem como o facto de os ventos de noroeste terem consequências na unidade hoteleira situada na proximidade, ou mesmo a não contribuição expressiva com postos de trabalho na freguesia.

No entanto, tanto a Câmara Municipal de Pombal como a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, emitiram parecer favorável, condicionado à aplicação de algumas medidas de minimização dos impactos.

A população da Água Formosa tem dado mostras do seu descontentamento, a começar pela instalação que já existe, devido aos maus cheiros e às moscas. “Os engenheiros do ambiente vão lá e vêem que aquilo não é normal”, sublinha um dos habitantes, Manuel Ferreira, dando nota que as ventoinhas de arrefecimento deveriam estar a lançar o ar para cima, para minimizar as consequências.

Unidades hoteleiras temem consequências no negócio

No decorrer deste processo, há dois proprietários de unidades hoteleiras que têm mostrado o seu descontentamento quanto à localização escolhida para a instalação. Marisa Antunes, advogada que representa o proprietário de um empreendimento turístico com quinta de eventos na freguesia da Guia e o proprietário de um restaurante e um hotel sito na Lagoa do linho, afirma que “a ampliação dos pavilhões já existentes e a criação de outros terá necessária e inevitavelmente prejuízos irreparáveis para os meus clientes que têm atividades hoteleiras naquele local”, podendo mesmo estar em causa a permanência destes negócios. Mas não deixa de esclarecer que os seus clientes “nada têm contra a Lusiaves, mas apenas se opõem à existência de uma exploração avícola entre as suas unidades hoteleiras, junto à EN 109”.

Leia a notícia completa na edição impressa nº 42