O trabalho do médico louriçalense João Paulo Freitas voltou a estar em destaque. Um procedimento cirúrgico realizado pela equipa médica liderada por aquele ortopedista evitou a amputação do membro inferior de um paciente de 51 anos.
O médico João Paulo Freitas, natural do Louriçal, voltou a estar no epicentro das notícias na área da saúde. O procedimento cirúrgico realizado pelo ortopedista, no dia 18 de Janeiro, numa clínica, em Coimbra, teve por base a extracção do joelho direito e a sua substituição por uma endomegaprótese, o que evitou a amputação do membro inferior de um paciente de 51 anos, avança o Notícias de Coimbra na edição online do dia 12 deste mês.
O mesmo jornal avança ainda que o paciente, de 51 anos, apresentava uma fractura na tíbia proximial direita (parte do osso mais próxima do joelho) que, mesmo após vários meses, não cicatrizava. “Tinha dores e corria o sério risco de ter de ser amputado”, explicou ao Notícias de Coimbra o ortopedista. O passado clínico do doente agravava a situação. Há 20 anos, um tumor ósseo obrigou a uma cirurgia de excisão, ficando com um joelho artrodesado (articulação fixa). Sofreu diversas complicações em pós-operatório, entre as quais uma infecção óssea, que deixaram o doente com a perna direita mais curta e desviada em valgo (ou seja, “torta”), lê-se na mesma edição online.
O utente, residente no Algarve, não conhecia este procedimento cirúrgico mas avançou, sem qualquer receio: “Já tinha feito tantas operações e nenhuma tinha resultado, quis também tentar esta”. Ao ouvir o médico João Paulo Freitas dizer que seria possível salvar a perna, a esperança do paciente renasceu. “Já há tanto tempo que andava assim. Quando alguém nos diz que vamos ficar bem, é uma sensação quase inexplicável”, conta o paciente.
Para evitar a amputação do membro foi necessário recorrer a um procedimento cirúrgico raro, que consiste na remoção, em bloco, do joelho direito (incluindo quase metade do fémur e da tíbia) e a sua substituição por uma endomegaprótese revestida a prata.
João Paulo Freitas é doutorando em Medicina sobre o tema “Endomegapróteses revestidas a prata em cirurgia ortopédica de salvamento de membros” e tem uma experiência acumulada de 12 anos neste tipo de cirurgias, com uma das maiores casuísticas de doentes da Europa.
A cirurgia realizada permitiu também corrigir a altura e o desvio da perna e, segundo o médico, após a recuperação total (entre quatro a seis meses), o utente “voltará a fazer o que fazia antes de sofrer a fratura óssea e será capaz de caminhar sem o apoio de canadianas”, lê-se no Notícias de Coimbra.
O utente, de 51 anos, recebeu alta no passado dia 23 de Janeiro e está a recuperar bem. Como o próprio disse, “foi um milagre da medicina”.