Moradores da Fonte Nova aguardam pela construção de passeios há mais de 10 anos

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Há mais de uma década que os moradores de algumas ruas da urbanização Fonte Nova, na cidade de Pombal, aguardam pela construção de passeios. Quem ali vive vai pondo mãos à obra ou, melhor dizendo, assegura a limpeza das ervas que proliferam a olhos vistos.

No meio deste desânimo pelo esquecimento a que se sentem votados, há quem tenha optado por avançar com a resolução do problema, assumindo os custos com as melhorias junto à respectiva casa.

Silvino e Ruben Pedrosa na Rua das Oliveiras. Do lado oposto são visíveis as obras feitas no passeio, custeadas pelos proprietários

Ruben Pedrosa era ainda um menino quando a ausência de passeios começou a ser reivindicada. A primeira chamada de atenção foi feita ainda no período da governação de Narciso Mota, mas as sucessivas promessas arrastaram-se também pelos executivos de Diogo Mateus e Pedro Pimpão.
Volvida mais de uma década, Ruben Pedrosa já não é o menino de outrora e está agora a reconstruir uma moradia na Rua das Oliveiras, uma das atingidas pelo problema, e onde vivem também outros familiares. “Não falta aqui nada, a não ser os passeios”, diz. Além disso, as ruas em causa são também local de passagem, a pé, de muitas crianças que frequentam a Escola Gualdim Pais, o que também acarreta insegurança para quem circula naquela zona, adverte o proprietário.
A espera prolongada chegou mesmo a motivar a realização de um abaixo-assinado durante a presidência de Narciso Mota, mas de pouco valeu. Independentemente da porta do executivo a que bateram, os moradores receberam sempre a promessa de concretização das melhorias, mas até agora nada foi feito.

Cansados de esperar, e com as temperaturas altas que se fazem sentir por esta altura a serem propícias ao despontar das ervas e ao aparecimento de animais, sobretudo cobras que ali se escondem em busca de sombra, os moradores garantem que, desta vez, não vão descansar enquanto os passeios não forem feitos. “Nem as ervas cortam e vêem-se muitas cobras”, lamenta Ruben, cujas palavras são reforçadas pelo pai, Silvino Pedrosa.
“Há festas todos os dias e o principal não é feito”, critica Ruben, que tem usado também as redes sociais para denunciar o problema.
Em causa estão a Rua das Oliveiras, a Rua Ferreira Gomes, a Rua da Mãe D’Água e a Rua do Degolaço (aqui há passeios, mas o estado de abandono é de tal ordem que já estão cobertos por silvas, o que impede a sua normal utilização).

 


Município presta esclarecimentos
Contactado sobre as queixas apresentadas, o Município de Pombal esclarece que “tem vindo a desenvolver um estudo de definição de passeios e valetas espraiadas na zona em causa, de acordo com as características das vias, com vista à promoção da melhoria da circulação pedonal”. Nesse âmbito, encontra-se “em análise uma possível alteração nos sentidos de circulação automóvel nas vias que serão intervencionadas, tendo em conta o futuro perfil dos arruamentos e as suas pré-existências”.
Acrescenta ainda o município que, paralelamente, “com o referido estudo está a ser desenvolvido também um projecto de melhoria do escoamento das águas pluviais de toda a bacia hidrográfica da Charneca”, adiantando que logo após a conclusão destes estudos e projectos “será lançado o respectivo procedimento concursal com vista à execução da empreitada”.
A par destes, a autarquia acrescenta que “está também a trabalhar na elaboração do projecto de requalificação da Urbanização da Calçada, que inclui a Rua Maria Fogaça”. Trata-se, segundo refere, de “uma intervenção profunda que contemplará a beneficiação de todas as infra-estruturas existentes, a rede viária e pedonal”.

*Notícia publicada na edição impressa de 4 de Julho