O Município de Pombal formalizou, no passado dia 10, a implementação do Projecto de Apoio e Recursos para o Autismo (PARA), para dar “resposta pedagógica complementar, terapêutica e social para crianças com perturbações do espectro do autismo que frequentam a educação pré-escolar”.
A iniciativa surge no âmbito da proposta vencedora do Orçamento Participativo de 2016, e tem como parceiros a Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados (Cercipom), Centro de Saúde de Pombal e os três agrupamentos de escola do concelho.
Na cerimónia realizada no espaço onde funciona o projecto-piloto, o presidente da Câmara Municipal reconheceu a importância do PARA, não devendo ficar limitado às condições do Orçamento Participativo. Daí que a autarquia tenha convergido esforços no sentido de lhe dar uma abrangência concelhia e para que tenha continuidade, considerou Diogo Mateus, considerando que seria “desejável” contar com o apoio do Estado, mas reconheceu ser difícil.
Já Patrick Mendes, promotor da proposta apresentada ao Orçamento Participativo, aproveitou o momento para agradecer, “a quem votou no projecto e a quem o materializou”, até porque, na sua opinião, trata-se do “primeiro projecto no país, e até ibérico, apoiado integralmente por um município”. O pombalense desejou que aquele “seja o início de uma coisa fantástica” para as crianças autistas do concelho.
Por sua vez, o director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral, Pedro Sigalho, revelou estar na “expectativa para acompanhar a evolução” do projecto, tendo reconhecido a importância de haver “um diagnóstico mais precoce possível” do autismo, permitindo, dessa forma, “um tratamento atempado”.
Para concretização do projecto, o município já contratou técnicas, nomeadamente uma terapeuta da fala, uma auxiliar de intervenção precoce e uma responsável da unidade estruturada, que já frequentaram uma formação “relativa à metodologia de intervenção a implementar”. Uma metodologia que “prevê o treino de competências essenciais para o dia-a-dia das crianças, de forma dirigida e intensiva”, refere a autarquia.
Segundo a autarquia, a equipa técnica “procedeu a uma pré-avaliação das crianças sinalizadas, nos jardins-de-infância aderentes”. “Foram efectuadas visitas a oito estabelecimentos de ensino”, refere, adiantando que “este momento de avaliação tem como objectivo conhecer as crianças e recolher dados importantes para a sua caracterização junto de cada uma das educadoras, assim como para aplicação de uma breve avaliação para determinar quais as competências básicas de cada uma delas”.